A noite de 14 para 15 de Agosto é especial para muitos milhares de pessoas, por ser a «véspera da Festa do Monte», um dos maiores arraiais madeirenses e que, desde há muitos anos, constitui uma tradição que nem a evolução dos tempos conseguiu apagar. Tudo está preparado para que o centro da freguesia de Nossa Senhora do Monte se converta, uma vez mais, num grande espaço de animação popular. A festa litúrgica em louvor de Nossa Senhora do Monte vai ser celebrada amanhã com início às 11 horas na igreja daquela paróquia funchalense. Tal como no ano passado a cerimónia religosa será presidida por D. António Carrilho, Bispo do Funchal e participada por vários sacerdotes, entidades oficiais, e povo. No final da celebração eucarística sairá a procissão que é um dos momentos altos da festa, pela enorme participação de devotos, muitos deles no cumprimento de promessas feitas a Nossa Senhora do Monte, a padroeira da Diocese do Funchal. No ano passado, D. António Carrilho, que pela primeira vez presidia àquela festa, sublinhou, na sua homilia que “há que dizer sim à vida e à qualidade de vida, dizer não à cultura da morte e ao domínio do mal em todas as suas situações, a fome e a miséria, a solidão e o abandono, a ignorância e o medo, o egoísmo e a corrupção, o pecado em geral, em todas as suas formas”. O Bispo de Funchal afirmou que compete agora aos cristãos “lutar, com esperança, para que todas as situações de morte sejam progressivamente ultrapassadas para que a salvação se realize”. Outra das mensagens fortes daquele dia festivo foi transmitida aos jovens. O prelado funchalense pediu para que abrissem os seus corações a Cristo e para que “não tenham medo de ser diferentes ou remar contra a corrente”, pois “se tendes um ideial cristão de vida, não deixeis de o viver e testemunhar”. Tal como referia D. Teodoro de Faria, em 15 de Agosto de 2004, na homilia da festa da padroeira da Madeira «com Maria, a Europa criou pontos luminosos de esperança que iluminam a noite do sofrimento e do desespero. O santuário de Nossa Senhora do Monte é um desses faróis de luz e confiança que ao longo dos anos tem guiado madeirenses, porto-santenses e comunidades emigrantes, a se unirem como irmãos, sob o sinal do amor, a orarem a Deus e a reconhecerem que têm no Céu uma Mãe que vela por nós e nos guia para a sua Casa, pois todos pertencemos à família de Deus». Nesse ano a festa foi também participada pelo Bispo de Gibraltar, e no ano seguinte (2005) seria presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins Diocese do Funchal, que evocou o exemplo do Beato Carlos de Áustria, último monarca do império austro-húngaro, cujo corpo se encontra sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Monte, na freguesia do Monte, concelho do Funchal. Na sua homilia, D. José Saraiva Martins referiu o exemplo do mistério da assunção ao céu, em corpo e alma, da “Maria, Santíssima, Senhora do Monte”, para lembrar que os homens devem prosseguir a missão de serem santos perante Deus tal como o fez Carlos I da Áustria, IV da Hungria e III da Boémia. “O beato Carlos de Áustria, como cristão, pai de família e homem de Estado, respondeu em toda a sua vida a esse chamamento, à santidade”, sublinhou.