Normas para entrar no seminário

Vaticano divulga documento da Congregação para a Educação Católica sobre candidatos ao sacerdócio O Vaticano apresentou, esta manhã de Quinta-feira, o documento da Congregação para a Educação católica «Orientações para a utilização de competências psicológicas na admissão e na formação de candidatos ao sacerdócio». O documento apresentado foi aprovado pelo Papa em Junho. O documento não especifica quais são as competências que deverão ser envolvidas, se psicológicas, psiquiátricas, psicoterapeuticas, ou na área da psicanálise, para não fazer distinção, mas abre a possibilidade de os candidatos ao sacerdócio serem sujeitos a instrumentos psicológicos. “A sua adopção depende do tipo de problema com que se confronta”, especificou D. Carlo Bresciani, psicologo e consultor deste dicastério. “Os problemas a encontrar podem ser diversos e, por isso, pode ser suficiente uma consulta ocasional para perceber o problema ou uma «ferida não resolvida». Como pode também ser necessário, consultas mais complexas, sempre com o consentimento do interessado”. D. Bresciani precisou que “os especialistas consultados devem ser abertos ao transcendente, compreender e partilhar os actuais valores da antropologia cristã, e partilhar, por exemplo, o sentido da importância da castidade. Deste modo podemos contribuir para ajudar um caminho vocacional”. Sobre este mesmo argumento, o Secretário da Congregação, Mons. Jean-Louis Brugués, disse que “muitas vezes os problemas não apoiados na adolescência, manifestam-se nos anos posteriores. Por isso, o tipo de ajuda deve ser dado de acordo com o problema apresentado”. “Se um candidato ao sacerdócio manifesta tendências homossexuais profundas não podem ser admitidos no sacerdócio. Isto porque a natureza profunda da vocação prebiteral contém um sentido de paternidade humana e espiritual que a homossexualidade não possuiu”, referiu o Cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica, comentando algumas passagens do documento. O psicólogo e consultor da Congregação, D. Carlo Bresciani argumentou que “não se trata apenas de uma questão genital de um candidato ao sacerdócio com fortes tendências homossexuais. O problema é vivido internamente”. O documento adverte que “não basta assegurar a capacidade de manter castidade, mas é necessário também avaliar a orientação sexual”. D. Bresciani sublinhou que o documento faz referência ao problema da homossexualidade, tal como refere outros “graves imaturidades” (forte dependência afectiva, dependência relacional, excessiva rigidez de carácter, falta de lealdade, identidade sexual incerta) e que a formação “deverá ser interrompida caso o candidato, apesar do seu empenho, apoio do psicólogo ou da psicoterapia, continue a manifestar incapacidade de enfrentar a sua imaturidade”. “Este é um capítulo importante da formação sacerdotal, que tinha ganho já um relevo particular nos anos 70 do século passado, especialmente no mundo anglosaxónico, sobre o uso de competências psicológicas no processo de discernimento vocacional. Sabemos que o uso destas competências são obrigatórias em muitas dioceses para os candidatos que desejam entrar no seminário”, exprimiu o Mons. Jean-Louis Bruguès. O arcebispo recordou que “o estudo sobre o usos das competências psicológicas já começaram, a pedido da Secretaria de Estado, da parte da Congregação para a Educação católica, há cerca de 30 anos”. A «Nota Indicativa» enviada pela Secretaria de Estado e citada na carta do Cardeal Villot, de 19 de Novembro de 1974, sublinhava a defesa da intimidade da pessoa humana acima de qualquer tipo de violação”. Trata-se assim, de uma atenção que atesta a seriedade com que a Igreja entende usufruir da ciência psicológica, “inserida numa visão de fé”. Com este documento a Igreja afirma que o sacerdócio continua a ser “essencialmente de natureza espiritual”, apesar de “perceber que as ciências humanas, em particular, as psicológicas, podem contribuir para a preparação, de uma pessoa equilibrada, para o sacerdócio”. A Igreja “manifesta estima pela disciplina psicológica, mas ao mesmo tempo, entende disciplinar o uso, para atingir resultados mais profícuos”. O documento retoma e reforça as indicações já contidas numa nota anterior de 2005, redigida pela Santa Sé, após a crise dos padres pedófilos nos Estados Unidos e os inúmeros casos de homossexualidade entre membros do clero.

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