Nobel da Paz pelo fim das armas químicas

Responsável português manifesta «satisfação» pela atenção dedicada ao setor, recordando situação na Síria

Lisboa, 11 out 2013 (Ecclesia) – O Observatório Permanente sobre a Produção, Comércio e Proliferação das Armas Ligeiras manifestou “satisfação” pela atribuição do Prémio Nobel da Paz à Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) e destacou a difícil missão de desmantelamento sírio.

O prémio foi atribuído à OPAQ pelo “amplo trabalho e esforços desenvolvidos na eliminação das armas químicas”, anunciou o Comité norueguês.

“Os recentes acontecimentos na Síria, onde voltaram a ser usadas armas químicas, tornaram evidente a necessidade de aumentar os esforços para eliminar estas armas”, afirmou Thorbjorn Jagland, secretário do Comité Nobel.

O Observatório, ligado à Conferência Episcopal Portuguesa, “ocupa-se essencialmente da proliferação das armas ligeiras” mas manifesta “satisfação” pelo reconhecimento internacional da “ação da OPAQ através da atribuição do Prémio Nobel da Paz”.

“O galardão deverá ser entendido como um apoio à missão dificílima que a organização enfrenta agora na Síria. Já no terreno irá tentar encontrar, desativar e destruir o imenso arsenal químico deste país numa situação de guerra civil encarniçada”, assinala Fernando Manuel Roque de Oliveira, presidente do Observatório Permanente sobre a Produção, Comércio e Proliferação das Armas Ligeiras, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A missão inicial, de identificação das armas químicas na Síria, foi “executada em condições muito delicadas de segurança” e que a informação recolhida decisiva para a ação das Nações Unidas foi conseguida na “na sequência de um acordo entre as duas superpotências com capacidade de grande influência nos destinos dos povos da região: a Federação Russa e os Estados Unidos”.

Os técnicos da OPAQ, com sede em Haia, Holanda, pensam existirem cerca de mil toneladas de gás sarin e mostarda entre outras armas químicas na Síria.

Depois da I Guerra Mundial, onde as armas químicas foram usadas, a Convenção de Genebra, de 1925 proibiu o uso, mas não a produção ou armazenamento deste tipo de armamento.

Segundo Fernando Manuel Roque de Oliveira, a atribuição deste prémio também “poderá” ser uma “recompensa aos esforços de cooperação internacional no âmbito das Nações Unidas”, como a “criação de um Tratado sobre o Comércio de armas – em processo de ratificação neste momento-, e a aplicação de Convenções e Programas de Ação que visam, acima de tudo a luta contra a produção e comércio ilícitos de armas e suas munições”.

O Observatório promove, este sábado, a conferência “A violência da crise e a proliferação das armas”, no Fórum Picoas, na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, das 09h30 às 18h00, com transmissão simultânea em http://directo.telecom.pt.

CB/OC

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