A agência católica “AsiaNews”, do Instituto Pontifício para as Missões Estrangeiras, acolheu com satisfação a escolha de Liu Xiaobo, activista dos direitos humanos na China, como Nobel da Paz 2010.
“Surpreende a coragem do comité Nobel ao indicar Liu Xiaobo como vencedor num momento em que toda a comunidade internacional se prostra diante da China super-rica, superpoderosa”, escreve Bernardo Cervellera, director da Agência.
Para este especialista, o prémio é um “conforto” para os signatários da “Carta 08”, manifesto promovido por Liu em Dezembro de 2008, à semelhança da Carta 77 dos dissidentes da Checoslováquia comunista, apelando ao respeito pela liberdade de expressão e os direitos humanos.
“Respeitar os direitos humanos e a liberdade religiosa são a única forma de salvar a China da catástrofe que já hoje é visível”, escreve Cervellera.
O Nobel da Paz 2010, um professor de literatura de 54 anos, cumpre uma pena de onze anos numa prisão em Jinzhou.
A notícia abriu o jornal diário da Rádio Vaticano, esta Sexta-feira, destacando-se a crítica de Liu Xiaobo ao “regime de Pequim” e o facto de a transmissão televisiva do anúncio do vencedor do Nobel da Paz 2010 ter sido interrompida.