Nigéria: UE deve ser «ativa» na proteção da minoria cristã, diz ministro português dos Negócios Estrangeiros

Ataques no norte do país africano provocaram mais de 200 mortos

Bruxelas, 23 jan 2012 (Ecclesia) – O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, afirmou hoje em Bruxelas que a União Europeia deve ser “ativa” nos esforços para proteger as minorias cristãs na Nigéria, que têm sofrido “uma perseguição significativa e inaceitável”.

Falando aos jornalistas à margem de uma reunião de chefes de diplomacia da UE, Portas fez questão de se reportar aos “acidentes repetidos, quer de natureza religiosa, quer de natureza política, na Nigéria”, para vincar que “o direito de liberdade religiosa e o direito de expressão da fé de cada ser humano fazem parte, do ponto de vista dos valores europeus, que estão certos, da essência e da dignidade do ser humano”.

“A UE deve ser ativa e devemos apoiar os seus esforços para proteger as minorias religiosas e, no caso, as minorias cristãs, que sofrem uma perseguição significativa e inaceitável”, disse, citado pela agência Lusa.

Pelo menos 215 pessoas morreram numa série de ataques coordenados, esta sexta-feira, em Kano, segunda maior cidade da Nigéria, com cerca de nove milhões de habitantes.

A cidade, cerca de 400 quilómetros a norte da capital Abuja, foi abalada por duas dezenas de explosões e por tiroteios e os ataques, de acordo com a polícia local, tiveram oito alvos diferentes: instalações da polícia e dos serviços de imigração e a residência de um responsável da polícia.

Os ataques foram reivindicados pelo grupo radical islâmico ‘Boko Haram’, num contacto com o principal jornal do norte da Nigéria, o Daily Trust.

O ‘Boko Haram’ reivindicou também uma série de atentados contra igrejas cristãs, cometidos no último Natal, com um saldo de 49 mortos.

Segundo a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, desde que em 1999 se implantou a ‘sharia’, a lei islâmica, em 12 estados da Nigéria, morreram pelo menos 12 mil pessoas em atentados contra igrejas e em confrontos entre muçulmanos e cristãos.

Lusa/OC

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