Nigéria: situação tensa depois das eleições

A violência e o ódio estão a aumentar na Nigéria, onde a tensão é latente desde as eleições presidenciais de Abril. O alerta é dado por D. Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja, o qual revela ainda que a Conferência Episcopal da Nigéria aconselhou aqueles que questionam os resultados que exijam a sua revisão junto dos tribunais competentes. O registo de alegadas irregularidades nestas eleições provocou grandes protestos na Nigéria e no exterior. D. Onaiyekan explicou à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) que os nigerianos estão acostumados a ser governados por dirigentes que não elegeram. Há décadas, o povo nigeriano vem sendo vítima dessa situação, mas cada vez mais pessoas já não estão dispostas a aceitar. “Uma democracia deve ser uma democracia”. O Arcebispo assegura que a Igreja insiste cada vez mais numa política justa e responsável, exigindo ao Estado que assuma as suas responsabilidades. Nesse sentido, apesar de a Igreja ser muito activa no âmbito social, não pode assumir todas as obrigações do Governo. “Não podemos cuidar de todos os doentes do país nem encarregar-nos de todas as escolas. É o Governo quem dispõe de nosso dinheiro para isso, de forma que deve cumprir com as suas obrigações”, assinala, lamentando que os ricos na Nigéria não o serem por terem trabalhado, mas por terem roubado o dinheiro do povo. Segundo o Arcebispo, aproveitam recursos legais para “roubar”, pois as “chamadas reformas económicas” produzem milionários ao mesmo tempo em que arruínam os pobres dos subúrbios. Por isso, diz que os pobres já não estão dispostos a suportar tudo pacientemente, e que o ódio cresce, pois as pessoas estão bem informadas sobre o nível de vida de outros lugares do mundo. “A juventude já não quer viver com a injustiça e chega um momento em que pensam que, de qualquer forma, já não tem nada a perder”, alerta. O Arcebispo de Abuja exige uma “revolução do pensamento”: “Todos os seres humanos devem entender de uma vez por todas que a humanidade é uma grande família”. “É preciso impedir que alguns políticos corruptos manipulem a religião em seu próprio benefício. Somos uma nação oprimida, antes de sermos uma Igreja oprimida”, prossegue. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre

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