Nigéria: Libertados 100 estudantes após terem sido raptados em escola católica

Cerca de 160 pessoas, entre alunos e professores, permanecem em cativeiro, depois do ataque a 21 de novembro, em Papiri, no estado do Níger

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 09 dez 2025 (Ecclesia) – Cerca de uma centena de crianças e jovens estão em liberdade depois de terem sido raptados numa escola católica em Papiri, no estado do Níger, na Nigéria, anunciou hoje a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

“É verdade. Até agora, 100 crianças foram libertadas. Agradecemos a Deus por tudo”, confirmou o bispo da Diocese de Kontagora, D. Bulus Dauwa Yohanna, numa mensagem enviada à fundação pontifícia, após o Governo Federal da Nigéria ter anunciado a libertação na segunda-feira.

Cerca de 60 terroristas armados, que se transportaram em automóveis e motociclos, invadiram, na madrugada de dia 21 de novembro, a escola católica de St. Mary, onde entraram nos dormitórios e raptaram 303 alunos e 12 professores.

“A Fundação AIS pede orações de todos os seus benfeitores e amigos espalhados pelo mundo pela libertação segura de todos os que ainda permanecem em cativeiro”, cerca de 160 pessoas, entre alunos e professores, pode ler-se.

Antes desta libertação, cerca de 50 alunos tinham conseguido escapar dos raptores, tendo regressado entretanto às suas famílias, segundo informa a diocese, citada pela FAIS.

De acordo com informações recolhidas então pela Fundação AIS, o ataque, em que um segurança foi gravemente ferido a tiro, provocou medo e angústia na comunidade escolar, e decorreu apenas quatro dias depois de um incidente semelhante num colégio interno, o ‘Government Girls Comprehensive Secondary School’, situado na cidade de Maga, no Estado de Kebbi, no noroeste nigeriano.

Também este ato de violência deixou a população local assustada e representou, segundo fontes locais contactadas pela AIS, “um duro golpe para a educação das meninas, algo que é uma conquista bastante rara nesta região do país”.

Na sequência destes episódios de violência, a fundação pontifícia recorda os “traumáticos sequestros de Chibok, em 2014 e Dapchi, em 2018, tragédias cujos efeitos ainda pesam sobre a consciência nacional e que se tornaram um símbolo da crescente crise de segurança na Nigéria”.

“Um desses sequestros traumáticos, o de Dapchi, aconteceu a 21 de Fevereiro de 2018. Nesse dia, terroristas do Boko Haram invadiram a Escola Técnica de Ciências, um estabelecimento de ensino oficial feminino, e levaram à força 110 alunas”, recorda a FAIS.

Poucas semanas depois, todas as jovens seriam libertadas com exceção de Leah Sharibu, uma rapariga que então tinha apenas 14 anos.

“Ela ficou em cativeiro por ser cristã e por ter recusado renunciar à sua fé como os terroristas exigiam. Apesar de se desconhecer o seu paradeiro, esta jovem transformou-se num dos símbolos mais poderosos da perseguição religiosa na Nigéria”, recorda a fundação.

LJ/OC 

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