Nigéria: Fundação Ajuda a Igreja que Sofre alerta para crise humana «sem precedentes»

Três milhões de pessoas, na maioria cristãs, estão a ser atingidas pela onda de violência promovida pelo grupo islâmico Boko Haram

Lisboa, 27 mar 2014 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre estima que as ações terroristas levadas a cabo pelo grupo islâmico Boko Haram, na Nigéria, estão a afetar pelo menos três milhões de pessoas, na sua grande maioria cristãs.

Numa nota publicada através da sua página de internet, a organização humanitária católica dependente da Santa Sé cita dados da Agência de Gestão de Emergência (AGE), tutelada pelo governo nigeriano, e que apontam para uma crise humana “sem precedentes”.

Esta onda de violência, que já provocou milhares de mortos, tem-se feito sentir sobretudo no norte da nação africana, onde os rebeldes pretendem criar um estado independente, que seja regulado pela “sharia”, a lei islâmica.

As regiões de “Borno, Yobe e Adamawa” têm sido as mais atingidas e só desde janeiro deste ano, “cerca de 250 mil pessoas” foram obrigadas a “abandonar as suas casas”, em busca de segurança.

Muitas delas residem agora em “acampamentos improvisados ou temporariamente em casas de amigos ou familiares”, realça a AGE, que sublinha a urgência de “apoiar estas populações, cujas necessidades básicas, como alimentação ou acesso a água potável crescem de dia para dia”.

O grupo terrorista “Boko Haram”, cujo nome significa na língua local “a educação não islâmica é pecado”, tem lançado sucessivos ataques contra as minorias religiosas radicadas no norte, sobretudo as comunidades cristãs, destruindo habitações, escolas e locais de culto.

Atualmente com cerca de 170 milhões de habitantes, a Nigéria é o maior país do continente africano, em termos demográficos, mas também um dos mais divididos, palco de constantes tensões políticas, socioeconómicas, religiosas e territoriais. 

AIS/JCP

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