Lisboa, 28 mai 2021 (Ecclesia) – A Associação Cristã da Nigéria, de que faz parte a Igreja Católica, convoca para hoje o início de uma jornada nacional de oração contra a violência e a “grave insegurança” que se vive naquele país africano.
Esta iniciativa, que se estende por três dias, procura, segundo os promotores, mobilizar a comunidade cristã para uma prece comum com o objetivo de “fazer fracassar” as atividades dos “terroristas, bandidos, raptores, homens armados e todos” os que estão contra a população, para que “a Nigéria fique em Paz”, lê-se num comunicado da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre enviado à Agência ECCLESIA.
Sinal da “instabilidade e violência” que estão a afetar o país, houve “mais um ataque violento contra a Igreja Católica de que resultou a morte de um sacerdote e o sequestro também de um padre”, ambos pertencentes à Paróquia de São Vicente Ferrer de Malunfashi, localizada na Diocese de Katsina, no norte da Nigéria, relativamente perto da fronteira com o Níger.
O ataque ocorreu a 20 de maio mas continua a desconhecer-se o paradeiro do padre Joe Keke, de 70 anos, que foi raptado durante o ataque de um grupo de homens armados à Igreja.
Posteriormente foi encontrado o corpo sem vida do padre Alphonsus Bello, 30 anos, numa zona de terrenos agrícolas junto da escola de catequese que funcionava na paróquia.
Este ataque vem aumentar o clima de enorme insegurança que se vive na Nigéria e que atinge profundamente a comunidade cristã.
“A violência contra os cristãos tem normalmente a marca do Boko Haram, um grupo jihadista que procura a instauração de um califado na região norte da Nigéria, e também dos pastores nómadas muçulmanos Fulani, que actuam mais no centro e sul do país”.
A Igreja Católica tem erguido a sua voz na denúncia deste clima de insegurança exigindo às autoridades a defesa mais assertiva das populações que se sentem como que abandonadas face à forma relativamente impune com que os grupos armados atuam a espalham o terror à sua passagem.
Segundo o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo, as perspetivas de futuro para a Nigéria não são otimistas.
“Em 2020, 60 anos após o país ter conquistado a sua independência, o direito à liberdade religiosa na Nigéria diminuiu drasticamente”, pode ler-se no Relatório que aponta algumas causas para a violência terrorista, nomeadamente “a pobreza generalizada, a corrupção, a falta de segurança e uma população jovem sem direitos, bem como os conflitos étnicos e baseados em recursos, fornecem combustível para o aumento dos militantes islamistas extremistas tanto nos estados do norte como no centro do país”.
LFS