Lisboa, 24 jun 2014 (Ecclesia) – Os contantes ataques armados dos rebeldes islâmicos do “Boko Haram” no norte da Nigéria, maioritariamente cristão, estão a levar as populações locais a apostarem na formação de “grupos de autodefesa”.
Através da sua página na internet, a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, organismo ligado à Santa Sé, dá conta do “enorme sentimento de revolta” que começa a marcar as comunidades locais diante da escalada de violência e de morte que percorre a região e “perante a ineficácia das autoridades e das forças armadas”.
Só no último sábado, duas incursões armadas do “Boko Haram” às regiões de Kwarangilam e Koronginim, no Estado de Borno, terão causado pelo menos 26 mortos, segundo dados avançados pela imprensa nigeriana.
A “indignação” das pessoas chegou “a tal ponto” que estão “a surgir grupos de autodefesa que reclamam armas do Governo para se poderem proteger melhor”, salienta a AIS.
O “Boko Haram”, cujo nome na língua local significa “a educação não islâmica é pecado”, está empenhado em implementar um Estado islâmico no norte da Nigéria.
Para isso tem lançado sucessivos ataques contra organismos oficiais e também sobre os cristãos e todas as minorias religiosas radicadas no norte, destruindo habitações, escolas e locais de culto.
A AIS estima que as ações terroristas levadas a cabo pelo grupo islâmico já provocaram milhares de vítimas e estão a afetar pelo menos três milhões de pessoas, muitas delas obrigadas a deixar as suas casas e a viverem como refugiadas.
Atualmente com cerca de 170 milhões de habitantes, a Nigéria é o maior país do continente africano, em termos demográficos, mas também um dos mais divididos, palco de constantes tensões políticas, socioeconómicas, religiosas e territoriais.
AIS/JCP