Nigéria: Boko Haram mata dois trabalhadores humanitários e ameaça a comunidade cristã

Lisboa, 09 out 2019 (Ecclesia) – O grupo terrorista Boko Haram disse que “todos os cristãos” que capturar vão ser “mortos, em vingança pelos muçulmanos” que perderam a vida na Nigéria, num vídeo onde matam a tiro dois trabalhadores humanitários cristãos, na região de Maiduguri.

“A violência extremista contra a comunidade cristã em Maiduguri tem sido denunciada com frequência pela Igreja Católica”, refere a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, revela que os dois trabalhadores cristãos são Lawrence Duna Dacighir e Godfrey Ali Shikagham e no vídeo do grupo fundamentalista islâmico estão “ajoelhados à frente de três homens fortemente armados”.

A AIS adianta que a identificação dos dois homens já foi confirmada pela família e que eles estariam numa missão evangélica ligada à “construção de abrigos para pessoas deslocadas”, por causa da violência terrorista no norte da Nigéria, segundo informações do jornal ‘Morning Star News’.

A fundação pontifícia observa que a execução dos dois cristãos recorda que os ataques do grupo terrorista na Nigéria, que têm tido uma expressão assinalável na região nordeste do país, começaram há 10 anos.

“Milhares de mortos, devastação de aldeias, obrigando à fuga das populações, destruição de igrejas e centros paroquiais, de escolas, esquadras ou mercados, e sequestro de centenas de pessoas, especialmente de mulheres e jovens raparigas para serem forçadas à conversão ao Islão”, alerta sobre uma “década de terror”.

As Dioceses nigerianas de Maiduguri, Yola e Taraba têm estado no “epicentro” da zona de autuação deste grupo terrorista que quer instaurar um ‘califado’ na região.

No início do mês de setembro, o bispo de Maiduguri disse que a Igreja Católica na sua diocese tem sido vítima da “perseguição implacável” do grupo radical Boko Haram, lembrou algumas das situações mais graves.

D. Oliver Dashe Doeme indicou que o ano de 2014 foi “o mais violento de todos”, com “mais de 25 padres deslocados, mais de 45 freiras tiveram que abandonar os conventos, mais de 200 catequistas foram expulsos e mais de 100 mil católicos tiveram que fugir das suas casas”.

CB

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Agência ECCLESIA

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