Lisboa, 12 jan 2017 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Kafanchan, D. Joseph Bagobiri, alertou para uma “terrível” onda de “violência e destruição” contra as comunidades cristãs na Nigéria, na visita à sede da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), na Alemanha.
“Só desde setembro 53 aldeias foram queimadas, 808 pessoas assassinadas, 57 feridos, 1422 casas e 16 igrejas destruídas”, disse o prelado à AIS, divulga o secretariado português da fundação pontifícia em informação enviada à Agência ECCLESIA.
D. Joseph Bagobiri afirma que as populações têm sido alvo da violência dos Fulani, um grupo de pastores nómadas, que tem “levado o horror a vilas e aldeias, destruindo tudo à sua passagem”, para além da ação do grupo radical islâmico Boko Haram.
O bispo da Diocese de Kafanchan explica que as armas artesanais do grupo de pastores nómadas foram substituídas por metralhadoras e parece existir um plano de ataque às comunidades cristãs.
“Um plano de quem junta o ódio religioso aos que ambicionam as suas terras e propriedades”, desenvolve a AIS.
“Ambos os motivos estão presentes, mas cada vez mais o aspeto religioso tem predominado e transformou-se em perseguição religiosa”, acrescenta o prelado.
A fundação pontifícia recorda que no seu último relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo, a Nigéria é um dos países onde se verifica uma “perseguição” extrema contra as populações, onde “cerca de 2,5 milhões de pessoas” foram deslocadas das zonas de residência, por causa da “violência do Boko Haram”.
A AIS recorda ainda que que “219 raparigas” das 279 raptadas em 2014 de uma escola cristã “ainda estão desaparecidas”.
CB