Nicarágua: Semana Santa marcada pela proibição das procissões de rua

São muitos os exemplos denunciados pelo Centro Nicaraguense de Direitos Humanos

Foto: Fundação AIS

Manágua, 05 abr 2023 (Ecclesia) – O Centro Nicaraguense dos Direitos Humanos (CENIDH) denuncia a repressão do governo de Daniel Ortega e realça que a Semana Santa sem as procissões de rua fica “incompleta e mutilada”.

“São muitos os exemplos denunciados pelo Centro Nicaraguense de Direitos Humanos [CENIDH] de cerimónias religiosas proibidas pelo governo de Daniel Ortega nesta Semana Santa”, lê-se numa nota da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) enviada à Agência ECCLESIA.

Entretanto, a ONU decidiu prologar por mais dois anos o mandato de peritos internacionais que já denunciaram “crimes contra a humanidade” na Nicarágua.

Na sua página na Internet, esta organização de defesa dos direitos humanos enumera algumas das situações em que as comunidades cristãs já se viram impedidas de realizar as tradicionais procissões da Semana Santa.

Isso aconteceu, segundo o CENIDH, em León, San Benito de Palermo, Grenada ou Masaya, por exemplo, mas houve também outro tipo de repressão, como a ameaça de detenção de um sacerdote que manifestou apoio ao Bispo de Matagalpa, condenado a 26 anos e quatro meses de prisão.

Foi o que ocorreu, por exemplo, com o padre Pedro Méndez, que, segundo o CENIDH, promoveu uma jornada de jejum por D. Rolando Álvarez.

Por tudo isto, o Centro Nicaraguense dos Direitos Humanos afirma que a Semana Santa deste ano, sem as procissões, que são uma manifestação da religiosidade popular, “ficará incompleta, mutilada”, e que tudo isto representa uma “flagrante violação da liberdade de consciência, religião e expressão” e acrescenta: “O regime de Daniel Ortega quer destruir o mais sagrado e solene do povo: a sua fé cristã e as suas tradições”.

Um dos alvos principais da repressão das autoridades de Manágua é a Igreja Católica. No mês passado, a Santa Sé deixou, inclusivamente, de ter representação diplomática na Nicarágua com a saída do encarregado de negócios.

O fecho da sede diplomática foi pedido pelas autoridades de Manágua que há um ano, já tinham expulsado o núncio apostólico.

LFS

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Agência ECCLESIA

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