Governo de Daniel Ortega expulsou religiosas
Lisboa, 08 jul 2022 (Ecclesia) – As Missionárias da Caridade, congregação fundada por Santa Teresa de Calcutá, deixaram esta quarta-feira a Nicarágua, na sequência de uma ordem de expulsão do regime Daniel Ortega.
As religiosas foram recebidas na Diocese de Tilarán-Libéria, da Costa Rica, cujo bispo, D. Manuel Eugenio Salazar, se empenhou no acolhimento.
A decisão segue-se a outras do governo da Nicarágua relativas a dezenas de ONG, às quais a Assembleia Nacional retirou personalidade jurídica, vendo-se assim ilegalizadas e obrigadas a pôr termo às suas atividades no país.
“Perante a decisão da Assembleia Nacional de anular o estatuto jurídico da fundação das Irmãs Missionárias da Caridade de Santa Teresa de Calcutá, que prestavam assistência aos mais pobres da nossa sociedade nicaraguense, lamentamos profundamente a dor de tantos dos nossos irmãos que já não terão a atenção que receberam das irmãs e também expressamos a nossa gratidão pelo seu inestimável serviço às nossas igrejas locais”, indica uma nota divulgada pelo cardeal Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua.
A fundação é dirigida exclusivamente por cidadãos estrangeiros, mas a nova Lei 1115, que regulamenta as ONG, estabelece que apenas 25% podem vir de fora da Nicarágua.
O presidente Daniel Ortega acusou as religiosas de não respeitar as leis contra o Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em Massa, entre outras, já que obriga as ONG a fornecer informações sobre rendimentos em dinheiro ou donativos, nacionais e estrangeiros.
O núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) no país, D. Waldemar Stanislaw Sommertag, foi expulso em março, numa decisão criticada pelo Vaticano.
OC