Carta assinada por religiosos, teólogos e jornalistas denuncia violações de direitos humanos e pede o direito de permanência no país sob regime de Daniel Ortega
Lisboa, 07 jul 2023 (Ecclesia) – Mais de 80 pessoas assinaram uma carta conjunta a pedir o fim da perseguição religiosa do regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo contra a Igreja católica na Nicarágua e a libertação do bispo Rolando Álvarez.
A missiva é assinada por personalidades do mundo católico de Espanha e de países latino-americanos, entre religiosos, teólogos e jornalistas.
“Se quisermos ser fiéis ao caminho de Jesus, a denúncia constante de todas as violações dos direitos humanos na Nicarágua e em outras partes do mundo também deve implicar um amor efetivo que se concretize no acolhimento humanitário das centenas de milhares de migrantes que deixaram o país, no acompanhamento dos mais de 300 apátridas, exilados e desnacionalizados pelo regime, e na exigência contínua e incessante da libertação de D. Rolando Álvarez”, refere o portal de notícias do Vaticano, citando a carta.
Os signatários elogiam a determinação da Igreja Católica na Nicarágua de acompanhar a população que vive sob um regime “autoritário” de Daniel Ortega e denunciam os “atos repressivos da família Ortega Murillo contra os bispos D. Silvio José Báez e D. Rolando Álvarez”, assim como de religiosos e religiosas expulsos ou impedidos de regressar ao país, “sacerdotes cuja cidadania foi retirada e seminaristas que foram privados de sua formação sacerdotal”.
“A comunidade cristã está a experimentar hoje uma perseguição que não vem da defesa dogmática de ideias, mas de identificar e acompanhar os fracos e vulneráveis, ousando não apenas denunciar a injustiça, mas também nomear os injustos, no estilo de Jesus”, pode ler-se.
Os signatários denunciam a “perseguição” realizada por quem afirma “trabalhar em nome do amor, da paz e do próprio Deus” mas que “prenderam padres, mataram acólitos, sitiaram seminaristas, expulsaram religiosas e levaram crentes e não crentes diante de juízes venais com falsas acusações”, mantendo D. Rolando Álvarez em isolamento e detenção injusta por 335 dias”.
O documento apela ainda a “denúncia constante” das violações de direitos humanos na Nicarágua, assim como em outras partes do mundo, e pede “um amor efetivo que se concretize no acolhimento humanitário das centenas de milhares de migrantes que deixaram o país.
Os signatários pedem o acompanhamento de mais de 300 pessoas, “exilados e desnacionalizados pelo regime”, a “libertação de D. Rolando Álvarez, na salvaguarda do seu direito de permanecer no seu país e a libertação dos mais de 50 prisioneiros políticos ainda detidos”.
LS