José Luís Nunes Martins
Trabalhar envolve sempre um esforço, uma entrega, que implica que quem o executa coloque algo de si no que faz. Alguns fazem-no com mais prazer do que outros, mas todos têm de renunciar ao seu egoísmo e ao seu comodismo naturais.
Os frutos, quando há excelência na forma como são alcançados, serão sempre valiosos. Podem até não ser preciosos pelo que são, mas sê-lo-ão pela forma como foram feitos. Quanto vale um trabalho no qual alguém se empenhou de alma e coração? Mais do que uma medalha de ouro que se conquistou sem esforço nem dedicação.
O trabalho é uma longa luta pela paz interior, feita de batalhas diárias, na qual importa persistir até ao fim, reconstruindo e reorientando os esforços sempre que o destino, o caminho ou a forma do fazer revelem algum erro.
É duro aceitar os nossos erros, as desgraças e adversidades da vida, mas o que há a fazer é sempre o mesmo: reconhecer o que correu mal, analisar o que é da nossa responsabilidade, saber o que podemos mudar, mudá-lo de facto e… voltar à luta.
Sonhadores há muitos. Conhecem-se poucas pessoas que não sonhem. Todavia, o sonho deve ser o projeto e a inspiração para o realizar. Quando o sonhador não se empenha em trabalhar para que se concretize um sonho, então tanto o sonhador como o sonho perdem todo o seu valor.
O trabalho deve ser sempre uma forma concreta e simples de realizar milagres, porque quando o amor se torna ação e enriquece o mundo, é uma verdadeira dádiva.
Quem trabalha com excelência fá-lo com fé, porque acredita que o seu coração, através das suas mãos, é capaz de mudar o mundo.
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