Natal: Tempo para «superar os conflitos, a guerra, a maledicência»

Padre Vasco Pinto Magalhães destaca importância de proximidade e de humanização promovidas pela mensagem cristã

Lisboa, 25 dez 2013 (Ecclesia) – O padre Vasco Pinto Magalhães, da província portuguesa da Companhia de Jesus (jesuítas), revela a importância de proximidade e de humanização que Deus criou no Natal, um acontecimento que desafia as pessoas a “sair do egoísmo pessoal”.

“Mais do que palavras Jesus Cristo foi verdadeiramente homem, o modelo de aprendermos a ser humanos. O mundo está desumanizado, por isso dizemos que é um tempo de paz porque é um tempo de ter vontade de superar os conflitos, a guerra, a maledicência, a corrupção”, explica o sacerdote, autor de diversas obras de espiritualidade cristã.

À Agência ECCLESIA, o entrevistado assinala que esta tomada de consciência se fará quando todos se convencerem que podem estar “no mundo de uma maneira cristã”, não para “desvalorizar os outros ideais de vida” mas para destacar que este tem um objetivo concreto: “Estar no mundo como Jesus Cristo e em todas as circunstâncias dar a vida pela verdade, pela justiça, pelo mundo em paz”.

O dia de Natal é uma oportunidade para se “tomar consciência que há uma grande novidade a nascer”, que impele a uma nova forma de estar na vida, que é “a maneira com que Jesus Cristo se veio revelar”.

O sacerdote assinala que este nascimento “só dito até faz confusão” porque é um Deus “feito homem” que humaniza-se e humaniza também as pessoas: “Este é de facto o grande mistério. Não misteriosa mas realidade tão profunda e tão densa que é inesgotável que cada vez mais está ao nosso alcance e com uma realidade tão rica que não podemos esgotar.”

Segundo o padre Vasco Pinto Magalhães, na situação atual com horizontes de perplexidade o Natal pode romper com “alguma luz” se “não ficar só uma coisinha de quadra natalícia, se as pessoas perceberem que “o grande desafio” é “cada um abrir o coração a uma realidade nova que faz sair do egoísmo pessoal, que desafia a não ficar umbigado e depois perceber que o grande risco hoje é se calhar o individualismo”.

Nesse sentido é necessário passar à “atitude de ser capaz de denunciar o mal e anunciar o bem” que é “exigente porque muitas vezes tem consequências” mas para o sacerdote jesuíta é esta realidade que se tem de “viver espiritualmente”.

“O Natal devia oferecer um espaço interior de criação, por isso devíamos parar um bocadinho porque normalmente as pessoas fazem tréguas mas depois não se volta num nível superior e o Natal fica uma ilusão”, prossegue o também autor de livros de espiritualidade que considera ser necessário “uma tomada de folgo para ver melhor a todas as escalas”.

Mesmo em relação à Igreja, o interlocutor explica a importância de não se ficar num festejo “do passado”, mas “agarrar” no que se recebe e “lançar um futuro melhor”.

“Não queremos que a criança fique infantil mas que aquele Jesus se torne humano, mexa connosco e nos dinamize, envie“, revela.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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