Natal: «Surpresa» e «esperança» em Cristo, destacou bispo de Setúbal, que lembrou «os irmãos e irmãs» em países em guerra

«Que o milagre do Natal possa fazer-nos abrir os olhos e o coração para olharmos para os irmãos e as irmãs do mundo inteiro» – D. Américo Aguiar

Foto Agência ECCLESIA/TAM

Seixal, 26 dez 2023 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal disse que “a festa do Natal é surpresa” e que “esperança é uma pessoa, é Cristo”, na Missa de 25 de dezembro, onde pediu que “o mundo” seja contagiado “com a alegria do nascimento do filho de Deus”.

“Não matemos a esperança aos irmãos e às nossas irmãs, o que está ao nosso alcance possamos fazer para que a esperança possa acontecer no coração de todos”, pediu D. Américo Aguiar, na homilia da Missa do Dia de Natal, que presidiu na Paróquia de Vale de Milhaços, no município do Seixal.

O bispo de Setúbal lembrou os irmãs e irmãs da Palestina e de Israel “que nascem, vivem e morrem, nos últimos dias no contexto da guerra”, na Ucrânia a mesma coisa, e, em “tantos países infelizmente a mesma coisa”, porque nos “corações não habita Deus, não habita a esperança”, mas habita “o pior daquilo que pode acontecer nas vidas”.

“Amanhã, depois de amanhã, a esperança pode concretizar-se, as surpresas de Deus ir ao encontro dos sonhos que Deus tem para cada um de nós”, realçou, na igreja paroquial de São João Batista.

Neste contexto, citando o Papa Francisco, na JMJ Lisboa 2023, e o poeta sadino Sebastião da Gama, o responsável convidou a sonhar, na celebração transmitida na RTP1: “Sonhemos aquilo que Deus quer colocar nos nossos corações e com toda a certeza a esperança acontecerá neste Menino e no coração de todos os irmãos e de todas as irmãs”.

O bispo de Setúbal começou por explicar que “a festa do Natal é surpresa, é sempre surpresa, e não são só os presentes”, desde a “proposta” do anjo a Maria, passando por José, a viagem para Belém, o anúncio aos pastores, e “nem todas agradáveis”, a mais triste é que “ninguém os queria acolher”.

“E dois mil anos depois ainda andamos por ai, ainda andamos em viagem, peregrinos e, às vezes, há irmãos e irmãos que ninguém quer acolher, não há lugar para eles”, alertou.

D. Américo Aguiar pediu aos presentes que se deixem “surpreender todos os dias por aquilo que o Senhor quer dizer”, às vezes, são surpresas tristes, da saúde ou da doença, do emprego ou do desemprego, da vida ou da morte, facilidades ou problemas, mas realçou que “quando dá os problemas também dá as forças”,

Segundo o responsável diocesano, as surpresas vão-se materializando numa certeza, “a esperança”, que “é uma pessoa, é Cristo”.

Na homilia, D. Américo Aguiar destacou ainda que no domingo, na véspera de Natal, teve a possibilidade de “ir ao encontro de muitos que estavam com a esperança em baixo”, no hospital, na cadeia, a comunidade ucraniana em Setúbal, “irmãos e irmãs da Palestina e de Israel com a esperança em baixo, mas acreditam, e isso faz toda a diferença, que amanhã pode ser melhor e diferente”.

“Este menino, a surpresa maior que nos faz é olharmos para o lado e vermos o rosto de um irmão que é Cristo para nós. Que o milagre do Natal possa fazer-nos abrir os olhos e o coração para olharmos para os irmãos e as irmãs do mundo inteiro e os reconhecermos como irmãos, esta fraternidade universal que o querido Papa Francisco tanto nos fala”, disse ainda o bispo de Setúbal, no final da Missa de Natal, transmitida pela RTP1, antes da bênção final.

CB

 

 

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Agência ECCLESIA

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