Iniciativa teve como oradora a professora Ana Oliveira, da Universidade Católica Portuguesa
Lisboa, 14 dez 2018 (Ecclesia) – O encontro de Advento-Natal deste ano, dos Serviços da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), foi marcado pelo reforço dos laços de equipa, a partir de uma conferência da professora Ana Oliveira, da Universidade Católica Portuguesa.
A oradora do evento, docente da Faculdade de Ciências Humanas da UCP, surpreendeu os participantes com um convite à partilha pessoal com o outro, dentro do espírito que carateriza esta quadra natalícia.
“Sabes quem é o outro? Se calhar nunca vais saber porque o outro não te dá margem”, referiu a professora da Faculdade de Ciências Humanas, que convidou cada trabalhador a colocar-se à frente de um colega e a revelar ao outro um pouco de si e da sua experiência.
“Nós por vezes passamos uma vida ao lado dos outros sem verdadeiramente os ouvirmos”, sustentou Ana Oliveira.
‘O que é que eu gosto menos do meu trabalho’, ‘qual seria o meu destino de férias de sonho’, ‘qual é o meu maior defeito’ ou ‘que animal é que eu seria, no local de trabalho’ foram algumas das perguntas “inconvenientes” propostas por Ana Oliveira, e que arrancaram sorrisos aos membros dos vários serviços da CEP..
“Estamos muito mais habituados a estar na nossa concha, e sair de nós não é fácil”, apontou Ana Oliveira, que destacou a importância de cada um alargar “o seu círculo” de relacionamentos.
“Nós passamos a maior parte do tempo no nosso local de trabalho, e se não estivermos bem connosco e com os outros, será mais difícil. As conversas de corredor matem qualquer equipa”, alertou.
“O que é que me define? Sou eu ou as minhas circunstâncias? O que é que te impede de ser feliz? Como é que eu me posiciono nas relações que tenho?”, foram outras interpelações deixadas por Ana Oliveira, que apontou para as “áreas cegas” que por vezes marcam tantos contactos humanos.
Num outro plano, a conferencista frisou a necessidade de cada trabalhador responder também a esta questão: “Que marca é que eu quero deixar?”.
Trata-se sobretudo de “encarar o trabalho como a missão que somos chamados a viver”, disse Ana Oliveira, que terminou a sua conferência com votos de que todos possam olhar as relações no trabalho com “uma perspetiva diferente”.
JCP