Natal: Presidente da Cáritas Internacional convida a «alargar» olhar sobre migrantes e refugiados no Advento

«As pessoas mais pobres e marginalizadas nas nossas sociedades trazem-nos verdadeiras mensagens de esperança», defende cardeal Luis Antonio Tagle

Foto: Ricardo Perna

Lisboa, 04 dez 2018 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Internacional convidou os católicos a “alargar os horizontes” no Advento, o tempo de preparação para o Natal, aprendendo com Jesus Cristo a reconhecer os verdadeiros “vencedores” da sociedade.

“É nos lugares pequenos e imundos que nascem os nossos reis, não em palácios. As pessoas mais pobres e marginalizadas nas nossas sociedades trazem-nos verdadeiras mensagens de esperança”, escreve o cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, numa mensagem divulgada pela organização católica.

O responsável sublinha que a vida de Cristo “revolucionou” a forma de olhar para os pobres e marginalizados, de pensar no poder, de julgar “vencedores” e “vencidos”.

“Ao preparar os nossos corações e mentes para o Natal, lembremo-nos de que a esperança, como os migrantes e os refugiados do nosso mundo, está sempre à nossa frente, guiando o nosso caminho”, escreve.

A Cáritas, observa o presidente da confederação internacional da organização católica, uniu-se ao Papa Francisco para pedir ao mundo inteiro que “partilhe a viagem” com os migrantes e refugiados.

“O primeiro passo é simplesmente ver a outra pessoa na sua plena dignidade, dada por Deus e não desviar o olhar com medo, preconceito ou ódio”, sustenta.

A mensagem parte de várias figuras e episódios ligados aos relatos do nascimento e infância de Jesus, nos Evangelhos, convidando a uma reflexão: “Quantas vezes vemos nas notícias imagens de mulheres migrantes grávidas que atravessam desertos ou que saem de barcos completamente inseguros, sem casa para onde ir. Conseguiremos imaginar-nos a participar na sua viagem ou na viagem migrante de José e Maria para Belém?”.

O cardeal filipino desafia os católicos a colocar-se no lugar dos pastores, “afastados da sua sociedade, sem instrução”, que foram visitar o Menino Jesus.

“A resposta humana pode ser esconder-se com medo quando algo inesperado e inexplicado acontece, mas os pastores foram procurar a criança e depois espalharam a Boa Nova sobre o que viram”, realça.

D. Luis Antonio Tagle alerta para a tentação de “rotular ou julgar prematuramente” alguém como ‘vencedor’ ou ‘vencido’ na vida, “sem conhecer a sua história completa nem entender o que ela significa”.

Nesta época do Advento, a nossa campanha ‘partilhar a Viagem’ convida a expandir os horizontes dos corações, organizando uma curta peregrinação com migrantes e refugiados dentro comunidade. Para que todos possam aprender mais sobre os outros e criar laços de esperança”.

Cada uma destas peregrinações faz parte de uma caminhada global de 1 milhão de quilómetros com migrantes e refugiados, organizada por pessoas de todo o mundo.

OC

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Agência ECCLESIA

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