Natal: Patriarca de Lisboa presidiu à Missa no Hospital de Amadora-Sintra, «lugar de esperança e de transformação»

D: Rui Valério confiou a Maria «os doentes, as famílias angustiadas e os profissionais de saúde sobrecarregados»

Foto: Agência ECCLESIA/CB (arquivo 2024)

Amadora, 17 dez 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa presidiu hoje à ‘Missa de Natal do Hospital de Amadora-Sintra, onde servir quem sofre e acudir a quem precisa “é o que dá sentido a todo o labor exercido”.

“Neste hospital, Deus torna-se visível no cuidado atento, na dedicação incansável e na presença silenciosa que garante que a vida seja protegida. Onde a humanidade é cuidada, Deus está próximo. Ele fala através das mãos que tratam e dos olhares que tranquilizam”, disse D. Rui Valério, na homilia da celebração enviada à Agência ECCLESIA.

O patriarca de Lisboa observou que o hospital é o lugar onde se experimenta “a finitude”, a doença e a dor colocam a pessoa diante dos seus limites, “mas isso não é um fracasso”, porque a fragilidade “pode abrir um espaço novo”, e quando a vida treme, “abre-se um lugar interior para acolher o Transcendente”.

“O presépio ensina-nos que Deus escolhe a fragilidade como lugar de encontro. As nossas feridas não O afastam; são, muitas vezes, o lugar onde Ele mais profundamente nos toca”, realçou.

Na ‘Missa de Natal’ do Hospital de Amadora-Sintra (Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca), o patriarca de Lisboa afirmou que “a alma” daquela comunidade hospitalar “respira a certeza de vencer a doença”, de recriar pessoas e de as restituir “à vida, à saúde e à liberdade”, e, para que esse “milagre quotidiano aconteça”, tem “uma maravilhosa equipa de profissionais” que compreende que a sua função é, “acima de tudo, uma missão ao serviço do ser humano”.

“É o cuidado da pessoa inteira, plena e total, que aqui se celebra, garantindo que cada um se sinta respeitado na sua dignidade única e irrepetível, recuperando a autonomia para olhar os outros e dedicar-se ao bem comum”, realçou.

Segundo D. Rui Valério, nenhum outro “onde” está “tão configurado à certeza de um amanhã melhor” como esta instituição, e, em nenhuma outra parte, existe “um apego tão grande à mudança e à superação”.

“Ao olharmos para o espaço onde nos encontramos, percebemos uma ligação profunda entre a liturgia e a vida: este Hospital é, ele mesmo, um lugar de esperança e de transformação.”

Foto: Agência ECCLESIA/CB (arquivo 2024)

A partir do Evangelho escutado na celebração, sobre a genealogia de Jesus, o presidente da celebração explicou que “coloca em plena conformidade a história de Israel com a história deste hospital”, e o que mais “surpreende nesta leitura” é verificar que o “conteúdo fundamental da história são as pessoas” com nome, com rosto e com vida, e não são apenas acontecimentos ou batalhas.

“A vossa história também é feita de pessoas concretas. Umas grandes, outras pequenas; umas que comunicam por palavras, outras apenas por gestos. Aqui, o primado pertence ao doente. Servir quem sofre e acudir a quem precisa é o que dá sentido a todo o labor aqui exercido”, sublinhou no Hospital de Amadora-Sintra.

“Peçamos que este Natal seja, para o Hospital Amadora-Sintra, um tempo de paz interior e esperança renovada. Que possamos reconhecer que, mesmo no meio da dor, Deus encontra lugar para nascer. E que essa presença transforme o nosso modo de olhar, de cuidar e de viver.”

D. Rui Valério assinalou também que caminham “de modo especial com a Virgem Maria”, neste dia 17 de dezembro, que “conhece o cansaço, o medo e a incerteza da espera num contexto difícil”, e confiou-lhe “os doentes, as famílias angustiadas e os profissionais de saúde sobrecarregados”.

A ‘Missa de Natal’ do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), presidida pelo patriarca de Lisboa, foi concelebrada pelo padre Seferinus Gio, capelão hospitalar, e pelo padre Carlos Vieira, superior provincial da Congregação Dos Padres Monfortinos em Portugal.

CB/OC

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