Cidade do Vaticano, 23 dez 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje no Vaticano que se dê espaço a Jesus na celebração do Natal e se contrarie a lógica do “barulho” das compras e das celebrações exteriores.
“Há lugar para o Senhor ou há lugar para festas, para fazer compras, para fazer barulho… A nossa alma está aberta, como está aberta a da Santa Madre Igreja e como estava a de Nossa Senhora? Ou a nossa alma está fechada e colocamos à nossa porta um cartãozinho, muito educado que diz: Pede-se para não perturbar?”, perguntou, na homilia da missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
Francisco sublinhou a importância de estar “à espera” da “vinda do Senhor” com uma alma aberta.
“Eu pergunto-me: estamos em esperta ou estamos fechados? Estamos vigilantes ou estamos seguros num hotel, ao longo do caminho, e já não queremos andar para a frente? Somos peregrinos ou somos errantes?, observou.
O Papa Francisco concluiu a sua homilia exortando todos a terem a alma aberta, para receber Jesus neste Natal.
“Hoje é preciso repetir muitas vezes ‘Vem’ e tentar que a nossa alma não seja uma alma que diga: ‘Não perturbar’. Não! Que seja uma alma aberta, que seja uma alma grande, para receber o Senhor nestes dias e que comece a sentir aquilo que amanhã (dia 24 de dezembro) na antífona nos dirá a Igreja: ‘Sabei que hoje vem o Senhor! E amanhã vereis a sua glória!”, afirmou.
A ideia foi reforçada numa mensagem publicada através da rede social Twitter: “Muitas vezes o Natal é uma festa rumorosa. Far-nos-á bem estar um pouco em silêncio, para ouvirmos a voz do Amor”.
Antes, o Papa tinha aproveitado a sua conta ‘@pontifex’, com 11 milhões de seguidores em nove línguas, para deixar outros tópicos de preparação para o Natal.
“O Advento é um caminho para Belém. Deixemo-nos atrair pela luz de Deus feito homem”, escreveu.
Outro pequeno texto convidava a “viver o Natal de maneira coerente com o Evangelho, acolhendo Jesus no centro” da vida.
Francisco recordou ainda, nos últimos dias do tempo litúrgico do Advento, que antecede as celebrações natalícias, as pessoas que morrem de fome e os cristãos perseguidos no Médio Oriente.
RV/OC