Natal: «O mais importante é que cada um de nós também se torne presente onde precisamos de estar» – D. Manuel Clemente (c/vídeo)

Cardeal-patriarca centra mensagem no ensinamento do presépio, evocando carta do Papa Francisco

Lisboa, 24 dez 2019 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje na sua mensagem de Natal que o mais importante nesta celebração é “estar presente”, fazendo da festa do nascimento de Jesus uma ocasião de transformação da sociedade.

“Quando se fala em presentes, o mais importante é que cada um de nós também se torne presente onde precisamos de estar. Porque, por vezes, oferecem-se presentes de fora para, de alguma maneira, colmatar – mas sem o conseguir – a falta de presença real junto dos outros e daquelas realidades que nos esperam”, observou D. Manuel Clemente.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa deseja que a “lição do presépio” marque o Natal e que “a alegria desta noite seja também a reconstrução do mundo”.

D. Manuel Clemente falou de um dia de festa, “realmente especial”, vivido com familiares e amigos, convidando a retomar o “essencial” da celebração.

“Por que é que existe Natal? Natal significa ‘nascimento’. E não é um nascimento qualquer, é o nascimento de Cristo, há dois milénios, em Belém de Judá, e é esse o acontecimento que nós, realmente, estamos a celebrar, para sermos autênticos e para termos todo o fruto e proveito para as nossas vidas, das nossas famílias e da nossa sociedade inteira”, declarou.

Foto: Patriarcado de Lisboa

A mensagem televisiva do cardeal-patriarca recorda a carta ‘Sinal Admirável’, que o Papa escreveu sobre o significado do presépio, convidando a “retomar esta tradição” iniciada por São Francisco de Assis em 1223 para representar “o essencial daquilo que tinha acontecido em Belém: a gruta, os animais, aquela pobreza em que Jesus apareceu”.

“O Papa relembra que, à volta do Presépio, toda a vida pode e deve encontrar-se nas suas mais diversas manifestações”, precisa D. Manuel Clemente, com referências às várias figuras presentes nas representações do nascimento de Jesus Cristo.

Que esses sentimentos que essas personagens representavam, sejam também os nossos sentimentos, no acolhimento de um Deus que nasce na maior das simplicidades, identificando-se com tudo quanto é simples e frágil”.

D. Manuel Clemente fala dos presépios dos “grandes barristas” e dos autores portugueses do século XVIII, que “vão reunindo muitas outras personagens que representam um pouco toda a vida, desde as coisas mais comuns, os alimentos que se procuram, o gado que se guarda, as várias profissões e ofícios”.

“Esta é que é a realidade do Natal, porque Natal quer dizer ‘nascimento’, nascimento de Deus no mundo como na tradição cristã se apresenta e que, hoje, é tão importante apresentar assim. Ou seja, na fragilidade das coisas, na ocorrência normal das vidas, mas tudo concentrado em torno do essencial”, refere D. Manuel Clemente, antes de despedir-se com votos de “Santo e Feliz Natal para todos”.

OC

 

 

 

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