Natal na Síria: católicos e muçulmanos em volta da Virgem «Maryam»

Numa altura em que não param de chegar as notícias sobre a eliminação dos símbolos religiosos em espaços públicos do mundo ocidental, para supostamente não “ofender” os que não são cristãos, chega da Síria um exemplo de convivência entre religiões durante esta quadra. Cristãos e muçulmanos fazem festa, por estes dias, em volta da Virgem «Maryam» e do presépio. A missionária Rosanna Marin vive há 18 anos na Síria e considera que a celebração do Natal “não é uma perturbação” para os muçulmanos, que com a comunidade católica festejam a data. “Muitos vêem até à nossa comunidade para deixarem votos de felicidades e oferecer chocolates ou café. As crianças olham com muito atenção para os presépios”, refere a Ir. Rossana à agência missionária MISNA. Num país em que os cristãos são menos de 10% da população total, o Natal e a Páscoa são festas nacionais, como as islâmicas, e aos Domingos o trabalho começa só às 10h00, para que os cristãos possam celebrar a Missa. O Estado laico da Síria garante, assim, a liberdade de expressão religiosa e a opinião pública não vê o Cristianismo como uma entidade estranha. A Ir. Rosanna Marin recorda as vezes em que mulheres muçulmanas vieram bater à porta do Convento porque “sonharam com a Virgem Maryam”, a mãe do profeta Isa (Jesus). Na Síria vivem comunidades cristãs católicas e ortodoxas, de rito sírio, arménio, bizantino, nestoriano, caldeou e maronita, bem como cristãos protestantes. Ninguém teme celebrar abertamente o Natal, “uma experiência humana e espiritual que, quando transmitida com sinceridade, é uma ocasião maravilhosa de contacto humano”, refere a Ir. Rosanna.

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