Natal: Município do Sabugal inaugura «presépio gigante» que evoca tradições da região

Espaço centra-se na representação do nascimento de Jesus e exclui referências ao Pai Natal

Sabugal, 07 dez 2018 (Ecclesia) – A Câmara Municipal do Sabugal inaugura hoje um “presépio gigante” que remete para as tradições e religiosidade da região, com preocupações ecológicas, deixando de fora quaisquer referências ao Pai Natal.

“Queremos conservar o melhor do Natal, os valores. E para as crianças queremos passar a ideia que é o presépio que se cultiva nesta época natalícia”, afirmou o vereador da Cultura e Turismo da autarquia.

Em declarações à Agência ECCLESIA, Amadeu Neves explicou que no presépio e em toda a envolvência, “mesmo no mercadinho de produtos tradicionais”, “nunca” falam em Pai Natal.

“Nas nossas raízes e as nossas tradições era o Presépio e o Menino Jesus que traziam as prendas. Não se falava em Pai Natal”, referiu.

“Deus ama o seu povo e envia um mensageiro a anunciar, que é Jesus Cristo, filho de Deus. Está próximo de nós e que nos amam em todas as circunstâncias da nossa vida, quer nos momentos de alegria, quer nos momentos que correm mal. Um sinal de esperança, confiança em Deus, que por nosso amor se fez menino”
(Mensagem de Natal do padre Manuel Igreja Dinis)

“Numa zona cristã”, e com uma “percentagem razoável de cristãos praticantes” dominical, o pároco do Sabugal destaca, por sua vez, a “preocupação” de fazer o presépio, onde se “realça um dos acontecimentos que marcam a fé”, o “nascimento do Deus menino”.

“As imagens que se veem ficam mais gravadas na nossa memória”, referiu o padre Manuel Igreja Dinis à Agência ECCLESIA, adiantando que na igreja também fazem o presépio e celebram “a memória dos principais acontecimentos da vida de Cristo” – Missa do Galo, a 24 de dezembro, e no dia seguinte a Eucaristia em que se dá “o menino a beijar”.

O presépio gigante ocupa cerca de 1100 metros quadrados de área e foi construído com mais de 500 toneladas de troncos de castanheiros, heras e musgos, no largo da Fonte, cidade do Distrito da Guarda.

“Temos de defender, guardar, e preservar a nossa terra, o nosso país e a vivência dos seres vivos, a procura de oxigénio e de boa situação para se poder viver”, observou o sacerdote.

O Município do Sabugal informa que o ‘Maior Presépio Natural’ é inaugurado pelas 17 horas; também esta tarde, vai ser inaugurada a exposição temporária de presépios ‘Natal no Museu’, no museu local, bem como trabalhos sobre o tema ‘Natal Fantástico, Reutilize o Plástico’, de alunos das escolas do concelho e de utentes de cerca de 30 IPSS, que vão “adornar o espaço envolvente ao presépio”.

“É a preocupação ecológica que todos devíamos ter e nada melhor que um sítio que temos como atrativo essa exposição”, observa o o vereador da Cultura e Turismo do Sabugal.

Ainda segundo a programação festiva da quadra do Natal, os habitantes vão atear “a tradicional fogueira de Natal”, pelas 16h30, na tarde da Consoada, dia 24 deste mês, uma tradição nas aldeias do concelho.

“O simbolismo são as pessoas em volta da fogueira como forma de união e partilha entre as famílias e os amigos. Por isso queremos assinalar o Presépio com a fogueira de Natal para simbolizar esses valores da amizade e família”, desenvolveu Amadeu Neves.

Com 77 anos de idade, e 11 anos ao serviço da Paróquia do Sabugal, o padre Manuel Igreja Dinis sublinha que a fogueira é “motivo para as pessoas se reunirem” e recorda que, noutros tempos, em que “não havia eletricidade”, a fogueira do Natal tinha “um simbolismo muito mais vivo, iluminava a igreja, o povoado, o velho casario da aldeia”.

“Hoje é mais aspeto de convívio, o fogo foi sempre algo de misterioso, ultrapassa aquilo que é humano. A fogueira é sempre um atrativo, não só para as pessoas se aquecerem mas também para conviver, cantar”, acrescentou o sacerdote católico.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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