Lisboa, 03 jan 2019 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informou que “centenas de cristãos”, vestidos de negro, manifestaram apoio aos fiéis que na China continental sofrem perseguição por causa da religião.
Em informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, o secretariado português da AIS adianta que o “gesto de solidariedade” com as comunidades cristãs vítimas de intolerância religiosa aconteceu numa altura que “está a haver um aumento das políticas repressivas por parte das autoridades chinesas”, “apesar do recente acordo provisório entre a Santa Sé e Pequim para a nomeação dos bispos católicos”.
As festividades de Natal foram “suprimidas ou fortemente restringidas” em pelo menos quatro cidades chinesas.
Segundo os organizadores da manifestação “cerca de meia centena de milhares de pessoas” participaram nas manifestações pela liberdade religiosa na véspera do Natal, em Hong Kong, antiga colónia britânica.
A agência católica AsiaNews divulga que os protestos foram convocados pelas redes sociais e são um exemplo da “atenção como a questão da liberdade religiosa na China” está a ser seguida no território que tem um estatuto especial, após a transferência de soberania, entre Londres e Pequim, em 1987.
Já em declarações à Associated Press, o especialista em Estudos Chineses, o académico Zi Yang (Singapura), disse que esta reação “contra o Natal” é parte “do sentimento mais amplo” desde que o presidente Xi Jinping “tomou o poder”.
Os símbolos cristãos relacionados com o Natal, “elementos culturais estrangeiros”, desapareceram de espaços públicos – árvores de Natal, luzes e sinos – em cidades como Nanyang, a oeste de Xangai; Hengyang, na província de Hunan; e Panlong de Hunming, capital da província de Yunnan; e Langfang, na província de Hebei.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre divulga que em Panlong, a polícia lançou um aviso de interdição de decorações festivas em hotéis, cafés e bares e, em Langfang, no norte da China, as autoridades municipais ordenaram que retirassem todas as decorações de Natal e proibiram as lojas de venderem produtos relacionados com a festividade cristã.
CB/OC