Movimento de Trabalhadores Cristãos sublinha celebração da «luz que dignifica o ser pessoa», num contexto de guerra e precariedade
Lisboa, 18 dez 2025 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) alertou, na sua mensagem de Natal, para as consequências da “perda de direitos laborais”, sublinhando que a precariedade está a fragilizar as famílias e a gerar “novas formas de pobreza”.
“A festa do Natal é a celebração da Luz que dignifica o ser pessoa, ameaçada pelas guerras e por uma sociedade materialista que não atende ao imperativo da justiça social”, refere o documento enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Sob o lema bíblico ‘O povo que andava nas trevas viu uma grande luz’, a organização católica afirma querer continuar a ser um “grito profético” da mensagem libertadora de Cristo no mundo do trabalho, reconhecendo que este “não tem sido um caminho fácil”.
A mensagem recupera as reflexões do Dia Mundial do Trabalho Digno (7 de outubro) para apontar críticas à atual situação socioeconómica.
“A perda de direitos laborais fragiliza a família, compromete a estabilidade económica e gera novas formas de pobreza, num contexto em que a insegurança contratual e a dificuldade de garantir uma vida digna se tornam cada vez mais presentes”, adverte o movimento.
Para a LOC/MTC, é “urgente promover políticas económicas sustentáveis”, que garantam “proteção social universal”, o respeito pelos migrantes e uma “ecologia saudável”.
O texto destaca como prioridades essenciais a conciliação entre a vida profissional e familiar, a igualdade de direitos, a valorização da mulher trabalhadora e o “direito ao descanso, ao domingo livre e à associação”.
“O trabalho digno – seguro, justo e capaz de responder às necessidades pessoais e familiares – é a base da dignidade humana, da estabilidade das famílias e da paz social, e a quantidade de emprego não pode ser dissociada da sua qualidade”, pode ler-se na mensagem.
No final deste ano jubilar de 2025, focado na esperança, o movimento cita o Papa Leão XIV para lembrar que a esperança cristã implica “assumir, sem demora, responsabilidades coerentes na história”, classificando a caridade como o “maior mandamento social”.
A LOC/MTC conclui a sua mensagem de Natal lembrando que, embora não houvesse lugar na hospedaria para Jesus, aquando do seu nascimento, “no presépio há lugar para todos”, desafiando os cristãos a prolongarem a missão de construir uma sociedade renovada.
OC