Papa evoca memórias de infância ligadas à celebração do nascimento de Jesus
Cidade do Vaticano, 25 dez 2021 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje a celebração do Natal com mensagens em favor da solidariedade e dos mais desfavorecidos.
“Jesus nasce próximo dos esquecidos das periferias. Vem nobilitar os excluídos, revelando-Se primeiramente a eles: não a personalidades importantes, mas a pastores, gente pobre que trabalhava”, escreveu na sua conta da rede social Twitter.
“Eis o que devemos pedir a Jesus no Natal: a graça da pequenez. «Senhor, ensinai-nos a amar a pequenez. Ajudai-nos a compreender que é a estrada para a verdadeira grandeza»”, refere outro tweet, que evoca a homilia da Missa da Noite do Natal.
Já numa entrevista aos jornais italianos Repubblica e La Stampa, Francisco deixa votos de que o Natal “aqueça os corações daqueles que sofrem” e desperte em todos “o desejo de ajudar mais os necessitados.”
A conversa passa em revista a infância de Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, as suas tradições familiares e os seus livros favoritos.
O Papa, de 85 anos de idade, diz que o Natal da sua família era celebrado na manhã de 25 de dezembro, em casa dos avós, imigrantes italianos na Argentina, confessando a sua predileção por canções desta época que “transmitem paz, esperança, criam uma atmosfera de alegria pelo Filho de Deus que nasce na terra”.
Francisco diz que pensa sempre nos mais pobres, em “todos os esquecidos, os abandonados, os últimos, e em particular as crianças vítimas de abusos e escravizadas”, evocando ainda os que passam o Natal nos hospitais.
“Muitas não percebemos a grandeza do trabalho diário desses médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, mas devemos todos ser gratos a cada um deles”, sustenta.
Da sua infância, Francisco recorda ainda a experiência do futebol na rua, como guarda-redes, que apresenta como “uma grande escola de vida”, e as leituras preferidas ao longo da sua vida – “Coração” de Edmondo De Amicis, os romances de Jorge Luis Borges e Fëdor Dostoevskij, os poemas de Friedrich Hölderlin ou a Divina Comédia, de Dante, da qual o seu pai recitava passagens de cor.
O Papa foi questionado sobre o seu estado de saúde, num ano em que foi submetido a uma intervenção cirúrgica ao cólon, em Roma, respondendo que se sente bem e projeta fazer viagens internacionais em 2022.
“Levanto-me sempre às 4 da manhã e começo a rezar imediatamente. Depos, continuo com as minhas atividades e vários compromissos. Só me permito uma breve sesta depois do almoço”, relata, numa conversa citada pelo portal ‘Vatican News’.
OC