D. Manuel Clemente desafiou a fixar o olhar «no presépio continuado deste mundo»
Lisboa – 25 dez 2013 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente afirmou hoje que o dia de Natal é a celebração da “encarnação de Deus” na pobreza de Cristo e um convite a fixar “o olhar no presépio continuado deste mundo”.
“Deus diz-se na pobreza de cristo e espera-nos na pobreza dos outros”, disse o patriarca de Lisboa na homilia da Missa do Dia de Natal.
Para D. Manuel Clemente, o presépio “deste mundo” não perde a sua “qualidade essencial de verdade humilde, transcendente proximidade e comunhão realizada”.
“Quando Jesus nasceu no Presépio de Belém, a única luz veio do céu, pois as da terra iluminavam as cortes de Herodes em Jerusalém ou de César Augusto em Roma. Isto mesmo apela á conversão do nosso olhar para o fixarmos no presépio continuado desde mundo em que Deus nasce e aí mesmo nos espera”, referiu o Patriarca de Lisboa.
“A resposta às necessidades dos outros é o lugar legítimo da celebração do Natal”, disse o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, na Sé de Lisboa, sublinhando que o “Verbo encarnado” espera cada cristão “na carne de quem sofre”.
“Inclinemo-nos em serviço constante diante de toda a realidade humana em que a encarnação continua”, afirmou.
Para D. Manuel Clemente, as “autossuficiências” e o esquecimento das “insuficiências dos outros” levam ao esquecimento da encarnação de Cristo.
“Esquecemo-Lo facilmente quando nos alienamos em autossuficiências desmentidas; esquecemo-Lo facilmente quando descuidamos a insuficiência dos outros, as suas necessidades à espera de solidariedade prática e convicta, de caridade, digamos”, afirmou.
D. Manuel Clemente presidiu à missa do Dia de Natal na Sé de Lisboa, concelebrada pelo patriarca emérico D. José Policarpo, o núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, o bispo auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, e outros sacerdotes.
PR