Natal: D. António Luciano pede a colaboração de todos para «construir um presépio novo» com o «essencial para fazer as pessoas felizes»

Bispo de Viseu convoca os jovens para «renovar a pastoral» e afirma que, na Igreja, «não pode ser fazer por fazer»

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Viseu, 21 dez 2023 (Ecclesia) – O bispo de Viseu disse em declarações à Agência ECCLESIA que o Natal tem de ser “muito solidário” e pede ajuda para fazer “um presépio novo” feito com o “essencial para fazer as pessoas felizes”.

“Que saibamos construir um presépio novo, talvez sem tanto consumo e com aquilo que seja essencial para fazer as pessoas felizes e uma mesa posta com dignidade. Isso é que é Natal e o mundo novo que todos temos de construir. E quem puder ajudar a fazê-lo, que o faça. Eu quero”, disse D. António Luciano.

O bispo de Viseu lamentou que o cabaz de Natal aumente, este ano, lembrou “tanta gente sem casa”, as situações de guerra, de instabilidade política, e disse que “quem tem capacidade e quem tem os dons que Deus lhes deu, tem de os por a render”.

“Ao desejar um Santo Natal, desejo que esta gente encontre respostas para os problemas que tem e que vive no seu dia a dia. Quando isto acontecer, será Natal”, afirmou.

D. António Luciano referiu-se aos problemas que existem no âmbito da prestação dos cuidados de saúde e disse que, a partir do conhecimento que tem desse ambiente, por ter sido enfermeiro, “as dificuldades não vêm só de agora, mas de há muito tempo” e agora “agudizaram-se”.

“Eu quero saúde para todos. Defendo um SNS que seja forte, que seja coeso e que atenda a todos”, afirmando que é necessário “motivar as pessoas” para “fazer com alegria e com gosto” o que têm de fazer.

Na entrevista à Agência ECCLESIA, D. António Luciano comentou o tema para o Ano Pastoral que agora inicia, “Todos, raízes da alegria”, que vai motivar as atividades do próximo triénio, a partir das palavras do Papa na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), quando convidou os jovens a descobrir a raiz da alegria.

“O nosso triénio vai debruçar-se, no primeiro ano, sobre conhecer Jesus Cristo, no segundo sobre a missão da Igreja e, no terceiro, a missão alargada, o que é que o mundo espera da Igreja e de cada um de nós”, indicou.

O bispo de Viseu espera que o dinamismo criado pela JMJ continue e que os jovens “ajudem a renovar as comunidades”, no seguimento das indicações do Sínodo dos Bispos.

“É preciso um trabalho de base, feito nas paróquias. Uma paróquia que não tenha um grupo de reflexão, ou vários, essa paróquia não tem vida. Tem a vida eclesial, mas não tem a vida essencial, que é o dinamismo de acolher, escutar, acompanhar, passar tempo com as pessoas e formar”, referiu.

D. António Luciano diz que é preciso “renovar a pastoral” a partir da mudança de “mentalidades, tradições”, o que “traz muitas dificuldades para as pessoas e até os próprios párocos têm dificuldades de enfrentar esses problemas”.

“O futuro da Igreja é, sem dúvida de esperança, construído com o nosso compromisso apostólico hoje, e que tem de ser com muito zelo. Não pode ser fazer por fazer”, concluiu.

PR

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