Natal: Crise e apelos à solidariedade marcam mensagens dos bispos

Quadra festiva serve também para deixar palavra de esperança no futuro de Portugal

Lisboa, 24 dez 2012 (Ecclesia) – A situação de crise que se vive em Portugal e os apelos à solidariedade marcaram as mensagens de mais de 15 bispos diocesanos para a celebração do Natal deste ano.

D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, lembra as “consequências da crise” que o país atravessa, com a perspetiva de que esta situação “continuará, com maior intensidade, ao longo do novo ano”, o que exigirá “de todos, e não só em tempo de Natal, o envolvimento pessoal e coletivo no acolhimento e no apoio aos mais atingidos”.

Já o bispo do Funchal, D. António Carrilho, alertou para os “presépios vivos”, pessoas e famílias “tantas vezes marcadas pelo sofrimento, múltiplas carências e provações, nomeadamente aquelas que, na presente conjuntura social, foram atingidas pelo desemprego”.

A norte, o arcebispo de Braga alerta os católicos para a necessidade de preservar o espírito “genuíno” desta quadra: “Os ataques da atual sociedade de consumo podem reduzir o Natal a hábitos e rotinas comerciais”, alerta D. Jorge Ortiga.

O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, desafiou os fiéis a viverem o Natal e o ano de 2013 centrados no Deus “menino” que vem trazer às comunidades “a sua força e coragem” e no valor da família, essencial no atual momento de crise.

Quanto ao bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias, pediu “solidariedade pessoal, familiar e de vizinhança” aos católicos da diocese, “para que a ninguém falte a beleza e a ternura do Natal”.

A mensagem de Natal do bispo de Setúbal, D. Gilberto Reis, redigida como um poema, apela à renúncia de bens em favor de entidades de apoio às pessoas mais carenciadas.

O bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício, espera que as comunidades cristãs coloquem em prática a “lição do presépio”, em matéria de solidariedade, neste tempo de “profunda crise” em que aumentam os que “não têm os bens essenciais para sobreviver”.

D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, considera que o mistério do Natal “encoraja e conforta” o “caminho incerto e obscuro” e “ilumina o sentido da história”.

O bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, recorda os que vão viver o Natal “no sofrimento, na solidão, na ignorância, na pobreza, na depressão, no stress, no desemprego e na emigração”.

D. António Vitalino, bispo de Beja, encoraja o reencontro das famílias durante a época natalícia: “Apesar da crise e da austeridade, todos tentaremos reunir-nos à volta da mesma mesa”.

O bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, deixa votos de “esperança e alegria”, com uma palavra particular aos idosos, “para que encontrem sempre razões para a esperança e a alegria”.

D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu, convidou os católicos a fazerem da celebração do Natal um tempo de “fraternidade, solidariedade” e esperança.

O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Januário Torgal Ferreira, defende que “crentes e descrentes” devem unir-se para “tornar humana a sociedade portuguesa”.

Em Aveiro, o bispo D. António Francisco dos Santos dirige “uma palavra de carinho e de dedicação aos doentes, aos desempregados, aos pobres, aos idosos e aos que vivem sem liberdade”.

D. José Alves, arcebispo de Évora, pediu “horizontes de esperança” para Portugal, “enredado nos meandros do consumismo” e “fortemente pressionado por graves problemas”.

O bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, espera que esta quadra sirva para aproximar as pessoas da Igreja e convida os não crentes “a entrar numa igreja nesta quadra”.

OC

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