Quadra festiva serve também para deixar palavra de esperança no futuro
Lisboa, 23 dez 2011 (Ecclesia) – A situação de crise que se vive em Portugal e os apelos à solidariedade marcaram as mais de uma dezena de mensagens de bispos diocesanos para a celebração do Natal deste ano.
O arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social denunciou no seu texto o que classifica como “situações escandalosas de pobreza, escondida ou evidente”.
D. Jorge Ortiga sublinha que é necessário manter a “esperança no futuro”, mesmo em tempos de crise, elogiando quem “não se resigna a situações que parecem inevitáveis”.
Também o bispo do Porto, D. Manuel Clemente, deixou uma palavra de “esperança” aos portugueses, neste Natal, apesar de se viver um tempo que “não é mesmo nada fácil” para “muitas pessoas, muitas famílias e muitas empresas”.
Já o bispo da Guarda, D. Manuel Felício, destaca o “sofrimento acrescido para muitas pessoas e famílias” nesta quadra, destacando que a festa deste ano é novamente marcada por uma “situação de crise”.
D. José Alves, arcebispo de Évora, convoca, por seu lado, os católicos a procurarem “atrás das portas onde mora a solidão e a pobreza envergonhada” para assim celebrarem o Natal anunciando a mensagem de Jesus.
Em Setúbal, o bispo diocesano, D. Gilberto Reis, alertou contra a cultura do “salve-se quem puder”, frisando que “o Natal é precisamente a resposta de Deus ao sofrimento do homem desempregado, preso, doente, em solidão”.
D. António Sousa Braga, bispo de Angra, nos Açores, desafiou os católicos a assumirem “outras atitudes e comportamentos diferentes” perante uma crise que deve interpelar todos “no sentido de uma maior sobriedade de vida”.
Da mesma forma, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, defendeu a adoção de um “estilo de vida mais sóbrio” e “solidário”.
Olhando para o futuro, o bispo de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, pediu aos cristãos para não recearem as “perspetivas um pouco negativas” que se adivinham para Portugal”.
D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas e de Segurança, deixou na sua mensagem natalícia duras críticas ao uso do argumento de que o país vive acima das possibilidades: “Há um mundo de portuguesas e portugueses que nunca as tiveram”.
O bispo de Coimbra, D. Virgílio dos Nascimento, sustenta, por sua vez, que “os cristãos hão de privilegiar as atitudes de fé, que transformam a vida pessoal, familiar e social”.
D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro, considera que as dificuldades financeiras não vão impedir os portugueses de serem solidários, para “reacender a luz da esperança em muitos lares”.
Do Algarve chegou, pela voz do bispo diocesano, o apelo a uma “cultura de solidariedade” num “tempo marcado pela incerteza”.
“Celebrar o Natal é corresponder, de modo permanente, ao apelo quotidiano de estender o testemunho da caridade”, refere D. Manuel Quintas, numa videomensagem.
D. Ilidio Leandro, bispo de Viseu, desafia “todos, cristãos ou não”, a passar “da palavra à ação”.
No mesmo sentido, bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, quer que o espírito cristão do Natal seja uma atitude diária, para que o egoísmo dê lugar à solidariedade, moderação e divisão de bens com os mais pobres.
O cardeal-patriarca de Lisboa, que se vai dirigir ao país na noite de sábado, deixou uma videomensagem na página da diocese na Internet: “Convido-vos, em conjunto com a Igreja diocesana, neste Natal, a aprofundarmos esta nossa pertença ao povo de Deus [Igreja]”, diz D. José Policarpo.
OC