Natal: Comunidade cristã de Angra incentivada a «ser estimuladora de uma cultura de proximidade», contra a solidão

«No Natal encontramos um Deus connosco, como força, esperança e coragem para não nos sentirmos sós» – Cónego Hélder Fonseca

Angra do Heroísmo, Açores, 24 dez 2021 (Ecclesia) – O administrador diocesano de Angra e Ilhas dos Açores, alertou hoje que a cultura atual, agravada pela pandemia, “gera altos níveis não só de stress, mas também de tédio e solidão”, na Missa da Noite de Natal.

“A nossa comunidade cristã, comunhão de famílias, deve ser estimuladora de uma cultura de proximidade, que anime os sós na partilha de bens, do saber, do tempo, da simpatia e da amabilidade”, disse o cónego Hélder Fonseca Mendes, na Sé de Angra.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o sacerdote explica que em muitos lugares, o doente, o mais velho, o deficiente, a vítima da violência doméstica, o migrante, o refugiado e o prisioneiro têm sido “os mais afetados pelo esquecimento na nuvem que paira à conta da pandemia”.

Segundo o administrador diocesano de Angra e Ilhas dos Açores, o modo como se constrói a cultura atual, agravado pela pandemia, “gera altos níveis não só de stress, mas também de tédio e solidão”, nas crianças, nos adolescentes, nos jovens, no trabalho e nos idosos.

“A uns dá-se como remédio um jogo que pode trazer grande envolvimento emocional, mas que não faz companhia, a outros dá-se teletrabalho sem convívio humano, e a outros deixa-se num repouso forçado, qual abandono, sem companhia nem consolo”, observa.

Neste contexto, o cónego Hélder Fonseca Mendes afirma que não é necessário “matar tempo, como se fosse obrigatório” estar distraído “para esquecer a realidade”, as pessoas, “sobretudo as mais vulneráveis”.

“O mistério de Deus revelado em Jesus é uma companhia permanente, uma comunhão, um conforto, um consolo, o estar um com o outro”, salientou na Missa da Noite de Natal.

O sacerdote lembrou que foram os mais velhos que transmitiram o Natal “nas suas raízes de fé e de cultura”, e eles fazem parte das casas e das comunidades.

A inclusão e a solidariedade são um “remédio para a solidão”, afirmou o administrador diocesano de Angra, explicando que “há um só Deus, mas não solitário, há só um Menino no presépio, mas não solitário”.

“A criatividade de Maria e de José, associada à generosidade do proprietário do terreno de Belém e dos animais, fez com que hoje a gente conheça a Deus, que Ele habite entre nós, para nos habituarmos a inclui-Lo e a incluir os outros na nossa relação, que passa pela comunicação e vai até a comunhão”, desenvolveu na Sé de Angra.

O cónego Hélder Fonseca realçou que no Natal encontra-se um “Deus connosco”, como força, esperança e coragem para as pessoas não se sentirem sós.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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