Natal com os sem-abrigo

Comunidade de Santo Egídio seguiu tradição e ofereceu mais de 250 refeições, no Mercado da Ribeira, contra a solidão e a discriminação Estar junto como família, dando lugar a quem não tem. Neste espírito, não apenas de Natal, mas verdadeiramente solidário, a Comunidade de Santo Egídio em Portugal organizou o seu XVI almoço de Natal. Foram contabilizadas mais de duas centenas e meia de refeições, mas “a partir de certa altura deixámos de contar”, confidencia Isabel Bento, representante da Comunidade de Santo Egídio em Portugal, à Agência ECCLESIA. Um ambiente familiar e de serenidade descreveu a tarde do Mercado da Ribeira, em Lisboa. O almoço com os sem-abrigo da Comunidade de Santo Egídio é uma continuidade do relacionamento que esta comunidade mantém com os mais necessitados. Duas vezes por semana os voluntários estão com os sem-abrigo, servindo cerca de 250 refeições semanais. “Porque não queremos que neste dia alguém esteja sozinho” esta é uma forma “de dar cor ao serviço que semanalmente fazemos com as pessoas”, destaca Isabel Bento. Esta é a “imagem mais bonita da Comunidade”, porque, como Isabel Bento explica, esta refeição “junta tudo”. Ir para a rua, estar com os sem-abrigo durante a semana, dar alimentos, criar relações pessoais que crescem são acções menos visíveis da Comunidade, mas semanais. Relacionamentos que geram “pontes” e “coragem e força para dar volta à vida”. Uma força que nem sempre é fácil de obter dadas as dificuldades diárias para “comer, procurar um tecto, ter os cuidados de higiene básicos”. Sem soluções milagrosas, Isabel Bento garante que as respostas “vamos construindo juntos”. O fosso entre ricos e pobres é uma evidência que a representante da Comunidade de Santo Egídio aponta como crescente em Portugal. Idosos sozinhos “que vêm para a rua para ter companhia”, sem dinheiro para se alimentar, “muita fome e necessidade de atenção”, aponta. Tempo é uma preciosidade que a Comunidade também oferece. “Mais do que os julgar, é preciso ouvi-los”. A Comunidade de Santo Egídio quer combater a solidariedade natalícia, porque “também eles sentem que nesta época todos estão mais sensíveis, mas depois passa”. Quem não tem nada, “sente-se bem quando alguém se lembra deles para fazer uma festa”. Isabel Bento sublinha que os sem abrigo “estão no centro do nosso Natal” e como os demais, também a Comunidade de Santo Egídio deseja passar em família, “com esta família com quem estamos o ano inteiro”.

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