D. Manuel Linda dedica mensagem de Natal aos «maiores» da diocese e aponta para um 2021 com «alegria e risos»
Porto, 18 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo do Porto referiu que a vivência do Natal este ano “exige algumas privações” e, numa mensagem com uma “saudação aos ‘maiores’”, pede “o sacrifício acrescido de prescindir” dos contactos familiares, “em nome da prudência”.
“Esta terrível pandemia causa-nos muitos problemas e nem sequer permite que usemos a riqueza maior e que mais apreciamos: a expressão dos afetos que aquece a alma, os afagos de mãos que retiram todas as dores dos ossos, o beijo que diminui vinte ou trinta anos na idade, o sorriso que espevita a fogueira do amor e acende a da esperança”, explicou D. Manuel Linda.
Na mensagem de Natal 2020, divulgada online pela Diocese do Porto, o responsável católico assinala que a vivência desta quadra “pode exigir” que as saudações sejam trocadas “pelo telemóvel ou pelo computador”.
D. Manuel Linda pede “o sacrifício acrescido” de, este ano, as pessoas saberem “prescindir” dos “contactos familiares por altura do Natal” para que “o sofrimento de todos não aumente mais”.
Todos ouvimos falar de conhecidos infetados pelo vírus, de amigos que tiveram de passar dias e dias nos cuidados intensivos dos hospitais, até, porventura, de pessoas que morreram no mesmo Lar”.
O bispo do Porto assinala que, “se Deus quiser, para o ano, tudo será diferente”, por isso, pede que aceitem “o sacrifício” para que “só haja alegria e risos e não remorsos ou recordações tristes” em 2021.
“Se, neste Natal, não podereis regressar a vossas casas e muitos dos vossos familiares não poderão estar convosco, prometo a minha presença espiritual: Eu estarei convosco na oração, no pensamento, na preocupação por vós. Sim, rezarei por vós. Rezai também por mim”, escreve.
Segundo D. Manuel Linda, as pessoas podem “já reanimar a esperança”, face à perspetiva da vacinação.
“Graças a Deus que, dentro de poucos dias, começaremos o processo daquilo que os entendidos chamam a ‘imunidade de grupo’. E poderemos voltar aos afetos, às carícias, aos encontros. Numa palavra, à família”, acrescenta.
O bispo do Porto dirige-se aos mais velhos com uma recordação pessoal da infância, o tempo que passava ao lado da avó paterna, “sempre a fazer as perguntas mais infantis e aborrecidas”.
“Não sei que é que a minha avó pensaria da minha impertinência nem eu me recordo das respostas que me dava. Mas sei uma coisa: que gostava que eu estivesse junto dela e eu procurava a sua companhia. Lembro-me disto porque sei bem que, convosco, se passa o mesmo: a maior alegria que vos podem dar é a companhia dos vossos”, indicou.
D. Manuel Linda recordou também o Natal “duro” de Jesus, Maria e José e desejou que “os sofrimentos” atuais “se transformem, brevemente, em alegria e contentamento”.
CB/OC