Natal: Bispo do Porto pede políticas em favor da vida e da família

D. António Francisco dos Santos lembra «esperança» e «alegria» do nascimento de Jesus

Porto, 25 dez 2014 (Ecclesia) – O bispo do Porto disse hoje na catedral diocesana que a celebração do Natal recorda a importância da família e do respeito por cada vida humana, que é “um dom e uma bênção de Deus”.

“É tempo de o Estado, nos seus mais diversos níveis, promover uma saudável política da família, onde o amor pela vida, o incentivo à natalidade, a liberdade de educação, o acesso pleno à saúde e os direitos invioláveis da família sejam garantidos”, declarou D. António Francisco dos Santos, na sua homilia desta manhã.

O prelado defendeu que os católicos devem estar atentos “aos novos grupos de pobres”, provenientes de setores sociais e profissionais “impensáveis” há algum tempo, em Portugal.

“Levemos aos pobres e aos que sofrem a nossa presença fraterna, a nossa proximidade solidária, o nosso pão partilhado e a alegria e a ternura do Evangelho”, apelou.

Segundo D. António Francisco dos Santos, é preciso que a Economia “recupere e esteja assente e sustentada no esforço honesto e digno de tantos empresários e trabalhadores, não em interesses de lucro fácil e de enriquecimento hábil”.

O bispo do Porto recordou os que foram “obrigados a uma emigração forçada”, porque não encontram trabalho em Portugal, e as “vítimas inocentes de tantos conflitos e guerras sem sentido”.

A homilia começou por evocar as ceias, “os preparativos, gestos e caminhos” do Natal cristão, elogiando os que fazem das suas casas “verdadeiros presépios de ternura” e todos os que trabalham para que “haja Natal nos lugares mais difíceis e nas vidas mais magoadas pela dor, pelo luto ou pela solidão”.

“A celebração cristã do Natal e a missão da Igreja é assim, através de gestos de pessoas e de comunidades, anúncio de alegria, de paciência e de esperança”, precisou.

D. António Francisco dos Santos convidou a “abrir a Deus as portas do mundo de hoje, no contexto de uma sociedade felizmente livre e democrática, onde Deus é cada vez mais necessário”, embora seja “silenciado ou esquecido” na vida dos povos e o seu lugar seja “ignorado ou substituído” no coração de cada pessoa.

O bispo do Porto esteve na última noite na Paróquia da Campanhã, na “periferia” da cidade do Porto, para acompanhar a Consoada dos “Sós”, e este domingo, dia litúrgico da Sagrada Família, vai acompanhar sem-abrigo numa das paróquias do centro do Porto.

“O mundo precisa de ouvir esta alegria” do “tempo novo” que começa em cada Natal, observou.

“A humanidade só será uma família, disponível para celebrar o Natal, quando a dignidade humana for um valor sagrado intocável, e a liberdade, o trabalho e a paz estiverem ao alcance de todos por igual”, concluiu D. António Francisco dos Santos.

OC

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