Natal: Bispo do Porto apela a uma entreajuda humana que se sobreponha a «interesses e desinteresses próprios»

D. Manuel Clemente destaca a necessidade de fiéis profundamente empenhados nas diversas áreas sociais

Porto, 26 dez 2012 (Ecclesia) – O bispo do Porto considera que a conjuntura negativa que Portugal está a atravessar, no plano socioeconómico, só será ultrapassada quando a entreajuda e a cidadania se sobrepuserem aos “interesses e desinteresses imediatos”. 

Na homilia da celebração do dia de Natal, enviada à Agência ECCLESIA, D. Manuel Clemente recordou que “apesar de inegáveis esforços oficiais e particulares, as dificuldades atingem gravemente a sociedade portuguesa e outras sociedades também”. 

O bispo desafiou os católicos a saírem da quadra natalícia com uma maior “consciência religiosa” e a mostrarem aos outros que “o problema humano” tem prioridade sobre “qualquer materialismo”. 

“Mesmo quando se adianta, de modo apenas racional e secular, que a presente situação não se ultrapassará fora duma ordem de princípios e valores em que verdadeiramente caibam todos os homens, já existe abertura a algo muito maior do que os interesses e desinteresses imediatos”, apontou o prelado. 

Durante a celebração na Sé do Porto, D. Manuel Clemente sublinhou que o nascimento de Jesus simboliza uma nova era de alegria que deve “chegar a todos”, mas para isso é preciso haver fiéis profundamente empenhados nas diversas áreas sociais. 

“Vinte séculos de cristianismo demonstram bem – de Bento de Núrsia a Francisco de Assis ou Teresa de Calcutá – que grandes e positivos impactos sociais brotam de profundas vidas espirituais que, em Cristo, tudo recebem do Pai para distribuir aos irmãos”, salientou. 

O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa exortou os católicos a “não se deixarem tolher pela magnitude dos problemas” e pediu maior “disponibilidade” para o projeto que Deus tenha para a vida de cada um. 

O bispo do Porto lembrou ainda “os irmãos” de outras partes do mundo que ao longo de 2012 foram vítimas de “situações pesadas e gravosas, por falta de liberdade religiosa ou mesmo perseguições”. 

Num ano em que, de acordo com o relatório da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, “o cristianismo foi a religião mais perseguida”, o prelado destacou a resistência das comunidades mais atingidas, que “nem por isso deixam de celebrar o Natal, como quem se reconforta na certeza de não estar só, antes divinamente acompanhado”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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