Natal: Bispo do Algarve lembra apelo dos que «próximos ou distantes» mais sofrem

Mensagem de D. Manuel Quintas invoca vítimas dos incêndios no país e o drama dos refugiados

Faro, 21 dez 2017 (Ecclesia) – O bispo do Algarve diz que o Natal é a representação de toda a “aspiração profunda” do ser humano, de “paz, alegria, esperança” mas também tudo o que envolve a “afirmação e defesa da vida”.

“Numa sociedade, marcadamente pluralista como a nossa, apoiada no respeito pela diferença de opções, aos mais diversos níveis, na qual a celebração do Natal assume expressões muito diversificadas, seria profundamente empobrecedor pretender omitir qualquer referência religiosa explícita à celebração do nascimento de Jesus”, aponta D. Manuel Quintas.

Numa mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA, o prelado realça uma quadra que vem também tornar mais presente “a situação de quantos, próximos ou distantes, sofrem” com as “tragédias” deste tempo e que precisam de “gestos fraternos e solidários”.

Sejam essas tragédias próximas, como os “devastadores incêndios de junho e outubro passado” em Portugal, que implicaram “a perda de vidas humanas e de bens”; ou de realidades mais distantes no espaço, como a realidade da guerra, da violência.

Sobre os fogos, D. Manuel Quintas realça a necessidade de todos os setores do país, “Estado, Igrejas e confissões religiosas, autarquias, escolas, comunicação social, associações variadas, instituições de diversa índole”, se unirem “na promoção de uma mudança de mentalidade e de hábitos, imprescindíveis para a o cuidado da natureza, da nossa Casa Comum, e a prevenção dos incêndios”.

“Todos gostaríamos que não se ficasse no remediar, mas se partisse decidida e corajosamente para o prevenir, de modo a evitar tragédias semelhantes”, frisa o bispo do Algarve.

No que toca à realidade internacional, o responsável católico reforça o apelo do Papa Francisco a que a sociedade escute o apelo dos refugiados e migrantes no mundo.

“250 milhões, dos quais 22 milhões e meio são refugiados: homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz, decididos a arriscar a própria vida, sujeitando-se a toda a espécie de sofrimentos”, recordou recentemente Francisco.

Para D. Manuel Quintas, “trata-se de um problema complexo na sua origem (genocídios, limpezas étnicas, bolsas de escravatura, conflitos armados e outras formas de violência organizada…), que exige igualmente respostas complexas e abrangentes na sua solução”.

Na sua mensagem para o 51.º Dia Mundial da Paz., o Papa indicou “a definição de uma estratégia, que combine quatro ações – acolher, proteger, promover e integrar – de modo a implementar o processo que conduzirá à aprovação, pelas Nações Unidas em 2018, de dois pactos globais”.

Um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados, inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo que avance a construção da paz, com a vitória sobre a globalização da indiferença.

“Compete-nos também a nós acalentar este sonho e contribuir, com a nossa quota-parte, para sua concretização”, exorta o bispo do Algarve.

JCP

 

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Agência ECCLESIA

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