«Também este ano a celebração do Natal nos vai trazer a certeza de que Deus não desiste de nós» – D. Manuel Quintas
Faro, 18 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo do Algarve apela na sua mensagem de Natal a uma maior atenção pelos mais desfavorecidos, sublinhando o impacto da pandemia, que vai obrigar a uma celebração “diferente”.
“Esta Luz continua hoje, como há dois mil anos, a indicar a todos o caminho do sentido da vida e da construção de um mundo verdadeiramente humano. Luz que desfaz as sombras de um mundo confinado e abre o nosso coração aos outros, particularmente aos mais desfavorecidos. Reconhecemos que o mundo precisa urgentemente desta luz que vem do alto, atrai a si todos os povos e a todos orienta no caminho da partilha fraterna e do bem comum”, refere D. Manuel Quintas.
O responsável católico sublinha que a missão da Igreja e de cada cristão “é refletir a luz, que brota do recém-nascido em Belém”, por isso, tem como serviço ao mundo “iluminar todas as realidades humanas, particularmente as situações onde a escuridão é mais densa como esta que atravessamos”.
A limitação a que este Natal diferente nos obriga permite-me recordar a todos uma verdade: Também este ano a celebração do Natal nos vai trazer, mais uma vez, a certeza de que Deus, porque nos ama a todos como filhos, não desiste de nós, tal como nunca desistiu, mesmo nas horas mais sombrias do povo de Israel”.
D. Manuel Quintas assinala que Deus se “manifesta como Luz que ilumina e desfaz as sombras pandémicas” que “revelam a fragilidade e vulnerabilidade e são causa de temor e de falta de esperança”.
O bispo do Algarve observa que este ano as pessoas se sentem “responsavelmente obrigados a celebrar um Natal diferente” e o termo ‘diferente’ assume “para todos uma abrangência muito diversa”: “Os ausentes, antes habituais à mesa natalícia, os familiares, vítimas diretas ou indiretas da pandemia, os falecidos, os internados, os contagiados, os desempregados”.
“A frugalidade, nestas circunstâncias, da refeição natalícia, a impossibilidade de exprimir os gestos habituais de afeto, mesmo entre a família alargada, a limitação das visitas ou saídas habituais nesta quadra, nomeadamente a hospitais, a estabelecimentos prisionais e a lares de idosos, o confinamento que, compreensivelmente é imposto, pela necessidade de proteção mútua”, desenvolve.
A mensagem, divulgada pela Diocese do Algarve e pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, é inspirada pela frase bíblica de São Mateus ‘O povo que habitava nas trevas viu uma grande luz’ e segundo D. Manuel Quintas celebrar o Natal é “deixar-se iluminar pelo brilho desta luz, é deixar-se purificar e aquecer pelo seu calor”.
D. Manuel Quintas termina a sua mensagem de Natal 2020, “aos diocesanos e a quantos vivem no Algarve”, com o convite a fazerem-se “mensageiros desta Luz que, desde Belém, continua a brilhar para toda a humanidade”.
CB/OC