Natal: Bispo do Algarve anuncia «contributo solidário» para a Arquidiocese de Kiev

D. Manuel Quintas sublinha necessidade de ajudar que está a «passar muitas privações e necessidades»

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Faro, 12 dez 2022 (Ecclesia) – O bispo do Algarve anunciou que a diocese vai ter “um contributo solidário”, este Natal, para a Arquidiocese de Kiev, na Ucrânia, em resposta ao pedido dos seus responsáveis, lembrando as pessoas que estão a “passar muitas privações e necessidades”.

“Será um contributo solidário da Diocese do Algarve em tempo de Natal para com o povo ucraniano, particularmente para com esta Arquidiocese de Kiev que não tem possibilidades de continuar a manter o Seminário onde tem mais de 100 seminaristas e, sobretudo, a apoiar as mais de três centenas e meia de padres que continuam presentes no meio do povo com todas as privações e situações por que estão a passar”, explicou D. Manuel Quintas, citado pelo jornal ‘Folha do Domingo’.

O arcebispo-mor de Kiev – da Igreja Greco-Católica ucraniana -, D. Svyatoslav Schevchuck, pediu ajuda à Igreja Católica em Portugal, numa carta enviada à Conferência Episcopal Portuguesa.

D. Manuel Quintas indicou que este “contributo solidário” vai ser “uma oferta, uma doação” monetária, que a diocese algarvia está a fazer e que poderá incluir verbas de um ofertório de Missa dominical ou de uma “oferta livre” de cada paróquia.

“É importante não apenas uma resposta pessoal aos apelos que a palavra de Deus nos faz, mas que a resposta inclua também os outros, sobretudo, ajudando-os a crescer como irmãos. Isso é uma das grandes lições do Natal”, acrescentou, na Eucaristia da solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, na noite de 8 de dezembro, na Sé de Faro.

Na carta dirigida ao presidente da CEP, reencaminhada para os bispos portugueses, o arcebispo-mor de Kiev refere que “morreram 422 crianças e 805 ficaram feridas”, “desde o início da invasão” da Rússia à Ucrânia”, a 24 de fevereiro deste ano.

“De acordo com os dados da Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, foram mortos 6221 civis e feridos 9361. Foram destruídas 140 mil casas de habitação e mais do que 3,5 milhões de pessoas ficaram desalojadas. De acordo com a mesma fonte, por causa da guerra, 14 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir para encontrar outros lugares mais seguros, tornando-se refugiados. Para países europeus fugiram cerca de 10,9 milhões de pessoas de nacionalidade ucraniana”, desenvolve a missiva.

D. Svyatoslav Schevchuck assinala também que a Igreja ucraniana “sempre esteve junto do seu povo”, com as pessoas que ficaram “entre as ruínas e destruição na Ucrânia”, e com aqueles que se refugiaram pelo mundo à procura de segurança”: “Não olhando para as dificuldades da guerra, os nossos padres não abandonaram as suas comunidades, continuando cada dia a fazer o seu trabalho pastoral, apesar das dificuldades e perigos de morte para si próprios e para as suas famílias”.

As comunidades paroquiais na Ucrânia “tornaram-se lugar de abrigo”, enquanto bispos, padres, e religiosos, estão a “ajudar a distribuir alimentos, medicamentos, produtos de higiene e todos os bens essenciais àquelas pessoas”, acrescentou o responsável da Igreja Greco-Católica de Kiev.

Com a Igreja Católica em Portugal, D. Svyatoslav Schevchuck partilhou também “palavras de gratidão” pelo apoio e pelas suas orações, e pela “abertura” das comunidades aos refugiados ucranianos, salientando que cada gesto desta “solidariedade é sinal da misericórdia divina e da esperança em como Deus nunca deixa sozinhos”, lê-se no sítio online do jornal ‘Folha do Domingo’.

CB/OC

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