Cardeal D. Américo Aguiar desafia católicos a acolher os que «batem à porta»
Setúbal, 04 dez 2023 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal publicou hoje a sua mensagem para o Advento, o tempo que antecede o Natal no calendário católico, pedindo que o nascimento de Jesus seja celebrado com “mesa posta para todos”.
“Neste meu primeiro Natal na diocese de Setúbal, quero muito deixar-vos a Alegria e a Esperança de Belém. Também vos deixo as minhas inquietações, a preocupação com o futuro dos jovens, dos desempregados, dos que estão sem casa, o sofrimento pelas guerras a que assistimos de longe”, escreve o cardeal D. Américo Aguiar, num texto enviado à Agência ECCLESIA.
O responsável fala num “desafio diário”, citando o Papa Francisco, que “insiste na capacidade urgente de se abrir a todos, de acolher nas paróquias todos os que batem à porta, com mais ou menos barulho”.
“Celebramos o Advento, preparamo-nos para a Festa do Natal, conscientes de que vivemos um tempo em que tudo parece concorrer para o esquecimento da dimensão sobrenatural do Natal”, adverte o bispo sadino.
O responsável, que tomou posse da Diocese de Setúbal a 26 de outubro, assinala que é preciso ultrapassar fronteiras na celebração do nascimento de Jesus.
“Ainda que de forma mais ou menos consciente, tendemos a viver o Natal entre os nossos. Mas o que o Natal nos pede é outra coisa. Pede-nos que o anúncio deste nascimento chegue a todos”, escreve.
Que a alegria das luzes, da festa e da mesa posta seja para todos. Que a Esperança não conheça os limites da normalidade das nossas vidas, do meio onde nos movemos”.
O cardeal português deixa votos de que “ninguém viva este tempo tão belo do Natal, sem saber que o Filho de Deus nasceu em Belém”.
D. Américo Aguiar sublinha que este tempo de festa “contrasta drasticamente com um mundo em guerra”.
“Precisamente na Terra de Jesus, mas também na Ucrânia, povos que visitei em julho passado, na Rússia, em África. E assim como somos convidados a ajoelhar perante a beleza do presépio, peço-vos que sejais capazes de vos ajoelhar perante o sofrimento de tantas crianças, de tantas mães e pais”, acrescenta.
OC