Natal: Bispo de Aveiro recorda migrantes que vivem em contextos «muito vulneráveis» no país

«O Menino Deus não pode permanecer em lugares onde não há acolhimento», realça D. António Moiteiro Ramos

Aveiro, 12 dez 2018 (Ecclesia) – A mensagem de Natal do bispo de Aveiro convida a “uma cultura de solidariedade e misericórdia” e recorda a situação dos migrantes que, tal como Cristo, “querem entrar na nossa casa e ficar connosco”.

No texto publicado hoje na página online da diocese aveirense, D. António Moiteiro Ramos salienta que não há “verdadeiro Natal” onde as pessoas não se deixam “interpelar pelo outro, principalmente os que vivem em sofrimento”.

“Despertemos o nosso sentido de generosidade e gratidão com aqueles que vêm até nós”, apela o responsável católico, que lembra todos os “migrantes a viver situação que, em alguns casos, roça a ilegalidade” e outros em contextos “muito vulneráveis para si e suas famílias”, devido à falta de acesso a “uma atividade profissional, à educação, à saúde e a outros serviços”.

Aqui D. António Moiteiro Ramos lamenta por os “vários meses que decorrem entre a marcação de uma entrevista” a quem chega ao país e “o atendimento dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras”.

Uma situação que torna esses migrantes “incapazes, por ilegais, de terem acesso a rendimentos financeiros”, aponta o bispo de Aveiro.

O prelado refere de modo particular o caso dos “irmãos” migrantes “vindos da Venezuela”, de quem os cidadãos e os católicos de Aveiro são “devedores pelo seu valioso contributo partilhado anteriormente com tantas paróquias e centros sociais da diocese”.

“Que neste Natal o Menino Deus possa participar da festa onde as pessoas se amam, se respeitam e se perdoam, pois Ele não pode permanecer em lugares onde não há acolhimento”, frisa D. António Moiteiro Ramos, que depois exorta cada pessoa a lembrar-se também daqueles que estão mais próximos.

“O amor de Deus manifesta-se nesta quadra através daqueles que estão ligados às nossas vidas. Convido-vos a deixar entrar Jesus na vossa vida, a ser sinais dele nas nossas famílias e comunidades, vivendo o batismo, o nosso ser cristão, como um novo nascimento de Jesus no nosso coração e no coração da humanidade”, pode ler-se.

‘Era peregrino e recolheste-me’, é esta passagem do Evangelho de São Mateus que dá o mote à mensagem de Natal de D. António Moiteiro Ramos.

“Se não nos deixamos surpreender por Jesus é porque lhe fechamos a porta. Demos-lhe, pois, um lugar na nossa vida. Perguntemo-nos como é que vai encontrar a nossa porta neste Natal”, reforça o bispo de Aveiro, que conclui a sua reflexão com votos de “um santo e feliz Natal” para todas as comunidades da região.

JCP

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Agência ECCLESIA

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