Natal: Bispo de Angra quer cristãos a lutar para que haja «festa para todos»

«O que se espera dos cristãos, nesta situação difícil que atravessa o país, é que sejam parte ativa na solução da crise»

Angra do Heroísmo, Açores, 16 dez 2015 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Angra apela na sua mensagem para o Natal 2015 a uma verdadeira “inserção” dos cristãos nas “lutas da vida em sociedade” para que a festa “chegue a todos”, apesar da crise.

“Fazemos festa nesta época natalícia. E ainda bem que podemos fazer festa. O que importa é dar sentido e medida à festa, fazer chegar a festa a todos, levar o espírito da festa para a vida” pois “Não se pode construir o Reino de Deus, fugindo do mundo, mas inserindo-se nas lutas da vida em sociedade, como fermento que leveda a massa”, diz D. António de Sousa Braga, na mensagem divulgada pelo sítio ‘Igreja Açores’.

O prelado convida a diocese açoriana a procurar a mensagem “genuína e sempre atual do Natal”, que além de celebrar o nascimento de Jesus representa também o “mistério da encarnação de Deus no hoje da nossa vida”.

“É esta a Boa Notícia, que nos traz o Natal de Jesus. Nascendo na nossa carne, Ele acompanha-nos na luta da vida, com as suas luzes e sombras, sucessos e fracassos, alegrias e tribulações”, precisa.

Referindo-se ao Natal que vem “embrulhado com as luzes e as cores do comércio”, mas que “não deixa de marcar” as vidas, D. António de Sousa Braga apela a cristãos comprometidos com os outros.

“O que se espera dos cristãos, nesta situação difícil que atravessa o país, é que sejam parte ativa na solução da crise” diz D. António de Sousa Braga.

Por isso, sublinha, “o contributo de todos para o desenvolvimento coletivo faz de cada cidadão protagonista das soluções, quer pagando os impostos justamente distribuídos, quer empenhando-se criativa e solidariamente no implementar de soluções”.

“Os próximos tempos desafiam-nos a uma profunda mudança de mentalidades, a exigir estímulo a quem cria oportunidades, a requerer invenção de pronta solidariedade e a conduzir a uma opção pessoal pela sobriedade, terreno realista, contrário a promessas impossíveis”, adianta ainda.

O bispo de Angra fala na “coragem da esperança” que leva a um compromisso de vida “num caminho de exigência e de austeridade”.

D. António de Sousa Braga dirige-se depois ao seu bispo coadjutor, D. João Lavrador, a quem deseja “muita força e coragem”, para ajudar a Igreja nos Açores a viver uma “fé inculturada” na vida.

D. João Lavrador presidiu no último dia 12 à Missa da festa de Natal do Estabelecimento Prisional de Angra e exortou os presentes a não se resignarem com a sua condição, procurando deixarem-se tocar por Deus.

A cadeia de Angra, um espaço novo com capacidade para 300 reclusos, tem recebido a maioria dos presos açorianos que estavam a cumprir pena noutros estabelecimentos prisionais do continente.

IA/OC

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Agência ECCLESIA

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