«Não haverá crise política que sempre dure, pobreza que sempre exclua, dignidade humana que seja sempre roubada, abuso que seja sempre tolerado» – D. Armando Esteves Domingues
Angra do Heroísmo, Açores, 23 dez 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirma que se celebra o Natal “num tempo difícil”, lembrando “a guerra, a fome, a falta de habitação, as dificuldades financeiras”, na mensagem onde convida “a redescobrir a esperança cristã”.
“As noites escuras do mundo continuam a fazer-nos sofrer com os gritos da humanidade: a guerra, a fome, a falta de habitação, as dificuldades financeiras de tantas famílias, a doença, a exclusão, a privação da liberdade, são experiências duras que nos convocam a redescobrir a esperança cristã e a plantá-la no coração de quem vive estes problemas mais de perto”, escreve D. Armando Esteves Domingues, na mensagem de Natal enviada à Agência ECCLESIA.
O Natal 2023 é celebrado “num tempo difícil”, mas, segundo o bispo de Angra, o Natal cristão “não pode ser apenas” feito de bonecos de barro no presépio ou ser reduzido a uma festa social, tem que ser uma “festa marcada pela esperança”.
“No cuidado ao outro, como Maria e José cuidaram de Jesus naquela noite em que todas as portas foram fechadas; no amor confiante, de nos sabermos filhos acolhidos nos braços amorosos de Deus Pai; na ajuda ao próximo, com a coragem de nos abrirmos a uma solidariedade concreta, na certeza de que a Estrela de Belém, do Natal de Jesus, irradiam luzes de amor e confiança que continuam a ser mais poderosas que as trevas”.
D. Armando Esteves Domingues afirma que “não haverá crise política que sempre dure”, pobreza que sempre exclua, dignidade humana que “seja sempre roubada, abuso que seja sempre tolerado”, explicando que a esperança cristã “abre sempre caminho” a outra vida, “a gestos gratuitos de amor, de ternura e de compaixão, que alimentam uma cultura do cuidado”.
‘Nasceu Cristo, a nossa Esperança!’, é o tema da mensagem de Natal do bispo de Angra que pensa e pede “por todas, todas, todas as famílias”: “Peço que Jesus possa ser o seu encanto e lhes traga, como prenda, os dons da alegria, da paz, da ternura e do amor que gera unidade. Lembro também quem não tem família e os que a perderam”.
A esperança é o tema central do próximo biénio na Diocese de Angra e o seu bispo deseja que as famílias, as comunidades eclesiais, os lugares “onde as pessoas estão no centro”, sejam, neste Natal, “uma gruta acolhedora para todos os irmãos, a começar pelos mais frágeis e necessitados”.
“A gruta de Belém, na sua simplicidade, ajuda-nos a compreender o essencial: Cristo nasceu e veio para todos, todos, todos. Não permite que deixemos alguém para trás, marginalizado, abandonado, descartado”.
A Missa do Galo, presidida pelo bispo de Angra, na Sé em Angra do Heroísmo, vai ser transmitida pela RTP Açores, a partir das 22h57 locais (mais uma hora em Portugal continental), deste domingo, 24 de dezembro.
CB