É preciso «tornar mais humano o mundo», frisa D. Manuel Linda
Lisboa, 14 dez 2017 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança apontou a festa de Natal como um convite a “tornar mais humano o mundo” e destaca várias áreas da sociedade que carecem de um maior “compromisso”.
Na sua mensagem para a quadra natalícia, D. Manuel Linda refere desafios ao nível “dos valores”, da promoção de uma “liberdade responsável”, da preservação “da sociedade como família”, e da vivência “da fé como projeto de vida”.
Lembra também as mudanças “no domínio das tecnologias e do saber”, áreas que sofreram “uma alteração fulgurante”.
“Muito mudou, de facto. Mas não poderíamos estar bem melhor?”, pergunta o responsável católico, que alerta que a evolução nem sempre implica um mundo “mais humano” e “mais habitável”.
“O nosso mundo é uma espécie de um berço para todos os homens e mulheres. Entre todos está Jesus Cristo. E este berço é digno d’Ele? Se for digno d’Ele também o é para nós. Mas tenho medo que o não seja. Ou, pelo menos, poderia ser bem mais digno do que é”, escreve D. Manuel Linda.
Para o responsável católico, esta é uma questão que deve “comprometer” todos os cristãos, sobretudo neste tempo de Advento.
Este ano, o plano pastoral do Ordinariato Castrense, ou da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, centra-se nos jovens.
“Para além da urgentíssima tarefa de os animar na fé ou até de a transmitir àqueles que a não têm, há aspetos que passam despercebidos e que reclamam a nossa atenção”, alerta o responsável católico.
D. Manuel Linda lembra as novas gerações que hoje se debatem com um “futuro incerto devido à precariedade do trabalho” ou que todos os dias são esmagados pelo stresse numa sociedade cada vez mais “competitiva”.
Recorda também os jovens que enfrentam “dependências” de vária ordem, como “a atração pelo risco e pelo que é radical”, o vício “dos jogos online” e o “sedentarismo” que está associado à “incapacidade” de estabelecer “uma verdadeira relação” com os outros.
É preciso ainda ter em conta que hoje o desenvolvimento “emocional” dos jovens é cada vez mais “tardio”, o que faz com que busquem um “amor mais intenso que duradouro”.
“Todos e cada um de nós devemos comprometer-nos com algo de concreto”, pede o bispo, que exorta “de forma especial” os pais a terem em atenção o contexto em que vivem os seus filhos, que “se aproximem mais deles”.
Estas preocupações são expressas para que “o Advento e o Natal não se reduzam a aspetos meramente evocativos ou folclóricos” mas que a todos “comprometa com a instauração do Reino de Deus”, frisa D. Manuel Linda.
JCP