Iniciativa surgiu há 12 anos quando a população estava triste e mostra 15 presépios construídos pelos diferentes lugares da paróquia
Póvoa de Lanhoso, Braga, 22 dez 2014 (Ecclesia) – O padre Luís Peixoto disse que a ideia fazer de Garfe, na Arquidiocese de Braga, a "Aldeia dos Presépios" tem na sua origem a tentativa de transformar o luto e a tristeza em alegria e comunhão".
“Há 12 anos foi um ano muito triste para nós garfenses porque tinha falecido muita gente. As pessoas estavam bastante tristes e não havia sinais de alegria, de festa às portas do Natal como geralmente acontece”, começa por explicar o pároco de Garfe à Agência ECCLESIA.
O sacerdote revelou que com um grupo de jovens surgiu a pergunta – “Que fazer para inverter a ordem das coisas, da tristeza, da dor?”, uma vez que só se viam pessoas de preto dentro da igreja.
Como resposta, nessa reunião surgiu a ideia de fazerem presépios por lugares e tirarem as pessoas de casa, transformando a terra numa "Aldeia de Presépios", onde este ano foram construídas 15 representações do nascimento de Jesus.
“As pessoas prepararam as imagens, as figuras, o terreno, saíram, conversaram e o Natal foi diferente”, observou o padre Luís Peixoto
Desde essa data, na paróquia que pertence ao concelho de Póvoa de Lanhoso e à Arquidiocese de Braga todos se unem e congregam para construir o seu presépio, seja representativo de uma rua, lugar ou instituição, como o Centro Social e Paroquial.
“A motivação está relacionada com a integração na própria comunidade onde estamos inseridos e a quem servimos. Participamos há quatro anos e sempre com uma temática diferente com a nossa intenção que quem nos visita saia mais rico, com novas informações”, conta a diretora Centro Social e Paroquial de Garfe.
Com 15 presépios de grande envergadura distribuídos por todos os lugares da freguesia, o do Centro Social e Paroquial destaca-se pelas informações que a direção do recolhe junto dos idosos para transmitirem informações sobre a comunidade e as suas tradições.
Este ano focaram-se nos 500 anos do Foral do concelho de Póvoa de Lanhoso atribuído pelo Rei D. Dinis em 1222.
“Em 2013 focamo-nos na filigrana, que nasceu no nosso concelho; no segundo ano o fado e a elevação a Património Imaterial da Humanidade e no primeiro ano falamos sobre o lenço dos namorados”, recordou Liliana Vieira.
Segundo o padre Luís Peixoto, a iniciativa gerou “comunhão, amor e unidade” uma vez que os presépios “juntaram as pessoas a conviverem, a fazer amizade”.
“Um dos lugares eram quase todas pessoas novas que não se conheciam e foi o presépio que fez com que elas se conhecessem e hoje é um lugar onde todas estão enquadradas e sentem-se comunidade”, desenvolveu.
Neste momento, os presépios não cabem nos limites da aldeia e atrai pessoas de Portugal, emigrantes e do estrangeiro, algo que há 12 anos não imaginavam: “Atingiu uma dimensão nacional e internacional com o norte de Espanha e muitos emigrantes que vêm só para ver”, comenta o sacerdote sobre a iniciativa que termina a 4 de janeiro de 2015.
HM/CB/PR