Natal: «A última palavra é a do amor», salientou D. Joaquim Mendes, no Estabelecimento Prisional de Tires

Bispo emérito auxiliar de Lisboa presidiu as duas Missas, no dia de Natal, uma com as reclusas e os filhos, no «Pavilhão das Mães»

Cascais, 26 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo emérito auxiliar de Lisboa, D. Joaquim Mendes, celebrou duas Eucaristias no Estabelecimento Prisional de Tires no dia de Natal, na manhã de 25 de dezembro, e convidou as reclusas a sonharem “uma vida nova”.

“Sonhemos uma vida nova, um mundo novo, e tornemo-lo realidade no dia a dia, nas nossas relações uns com os outros, sendo artesãos da paz”, disse D. Joaquim Mendes, na homilia de uma das duas Missas que celebrou no Estabelecimento Prisional de Tires, citado pelo Patriarcado de Lisboa.

O bispo emérito auxiliar de Lisboa assinalou que “as tensões, os conflitos, o mal enreda e enreda a humanidade”, mas “o mal não tem a última palavra, a última palavra é a do amor”.

“Foi com esta arma que Jesus venceu o mal: a arma do amor, do perdão, da reconciliação. Estas são as armas poderosas para alcançar a paz e a salvação para nós e para a humanidade. Não há outras, não há outro modo de obtermos a paz, de fazermos a paz, de vivermos em paz”, desenvolveu D. Joaquim Mendes.

O Patriarcado de Lisboa informa que o bispo emérito auxiliar de Lisboa presidiu a duas Missas no dia de Natal no Estabelecimento Prisional de Tires, esta quarta-feira, 25 de dezembro: Com as reclusas, e, uma hora depois, às 10h30, com as reclusas com filhos, no ‘Pavilhão das Mães’ desta prisão no concelho de Cascais.

D. Joaquim Mendes salientou que a esperança de que “nascerá uma nova humanidade marcada pela paz e fraternidade” é “o sonho de Deus que Jesus trouxe com a sua Encarnação” e entregou com a sua vida e com a sua palavra para cada um também sonhar e dar “o contributo para a sua realização”.

“Deixo-vos uma imagem singela deste Menino. Que ao contemplá-la sintais esta ternura de Deus que vos sorri, vos acolhe, vos ama, e vos diz: ‘Estou convosco! Não estais sós! Dai-me um lugar no vosso coração!’. O Jesus criança, que nasceu há mais de dois mil anos em Belém, que morreu e ressuscitou, hoje faz-se presente, nasce e oferece-se a nós em cada Eucaristia”, desenvolveu D. Joaquim Mendes, que tem visitado, no dia de Natal, o estabelecimento prisional e celebrado a Eucaristia com as reclusas.

Foto: Vatican News

A Igreja Católica começou a viver um Ano Santo, com a abertura da porta santa no dia 24, no Vaticano, na bula de convocação deste Jubileu 2025, o Papa Francisco defende uma amnistia para os presos, como sinal de “esperança”.

“Proponho aos governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que restituam esperança aos presos: formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”, indica o texto, intitulado ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude).

Esta quinta-feira, 26 de dezembro, Francisco abriu uma porta santa na cadeia de Rebibbia, em Roma, “a fim de oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade”: “Eu mesmo desejo abrir uma porta santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida”.

O Patriarcado de Lisboa informa também que o Estabelecimento Prisional de Tires é uma prisão feminina, tem uma lotação de 633 reclusas, na freguesia de São Domingos de Rana, no concelho de Cascais.

O Estabelecimento Prisional de Tires foi criado em 1953, com a designação de Cadeia Central de Mulheres, e entregue à administração da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, por acordo celebrado com o Ministério da Justiça, que durou até 22 de setembro de 1980.

D. Joaquim Mendes com o Papa Francisco, no Sínodo dos Bispos

No dia 10 de dezembro, o Papa Francisco aceitou a renúncia de D. Joaquim Mendes, de 76 anos, como bispo auxiliar de Lisboa, após este ter completado a idade limite estabelecida pelo Direito Canónico, informou a Nunciatura Apostólica em nota enviada à Agência ECCLESIA.

CB

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Agência ECCLESIA

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