Natal 2024: «Este Menino vem mesmo para todas as pessoas» – padre Paulo Duarte (c/vídeo)

Religioso jesuíta sublinha simbolismo das figuras dos pastores e dos Magos do Oriente, que mostram universalidade da mensagem de Jesus

 

Lisboa, 22 dez 2024 (Ecclesia) – O padre Paulo Duarte, religioso jesuíta, sublinha a dimensão universal do nascimento de Jesus, assinalada desde os Evangelhos com referências a personagens como os pastores ou os Magos do Oriente.

“Este Menino vem mesmo para todas as pessoas. Todas as realidades, podemos dizer. Isto é que é transformador”, indica o convidado do ciclo de conversas ‘Preparar o Natal com o coração’, emitidas em cada domingo do Advento, no Programa ECCLESIA (Antena 1, 06h00) e divulgadas no canal da Agência no YouTube.

Para o adjunto do diretor nacional da Rede Mundial de Oração do Papa em Portugal, “se os primeiros a ver, a contemplar, a descobrir, a conhecer o rei da universalidade são os rejeitados, são aqueles que estão fora, são aqueles que se consideram tabu, então significa que toda a gente o pode fazer”.

O padre Paulo Duarte diz que os relatos dos Evangelhos sobre o nascimento de Jesus mostram “experiência que rasgava”, rejeitando a “romantização da realidade”.

“Os pastores, completamente rejeitados, eram tidos quase como que ninguém, a nível social”, recorda.

O sacerdote fala ainda das figuras dos Magos, “expressão de que a luz é verdadeiramente para todos” e que Jesus “rompeu com tantos esquemas”.

“E continua a romper com esquemas pessoais, comunitários, coletivos, mas a romper a partir do quê? Desta experiência da luz, que ilumina algo novo. Onde é que me ilumina, pessoalmente, algo novo? Onde é que pode iluminar algo novo no âmbito familiar?”, questiona.

O entrevistado convida a reservar tempo para preparar a celebração do Natal, recordando que a mesma inclui momentos de “tensão” a nível familiar, bem como de mais solidão, para quem se encontra sozinho.

“A experiência do espiritual implica um recolhimento, para que possa haver um espaço do nascimento, possa haver um tempo do nascimento, é fundamental para que possa haver Natal no seu sentido profundo”, apela.

Olhando para os Magos do Oriente, o padre Paulo Duarte convida a imitá-los no regresso “por um caminho diferente”.

“Quando encontramos Cristo, aí o caminho muda. Quando encontramos o Salvador, o nosso caminho muda”, insiste.

Quando eu permito e confio neste Deus que me quer resgatar para uma vida maior, então há Natal. Há uma vida nova a acontecer”.

Os quatro encontros, que se encerram este domingo, partiram da encíclica ‘Dilexit Nos’, publicada por Francisco no final de outubro.

OC

Advento 2024: «Como é que o Menino nasce em quem eu sou hoje?» – padre Paulo Duarte (c/vídeo)

A celebração do Natal, que no Cristianismo assinala o nascimento de Jesus, inicia-se um pouco por todo o mundo na noite anterior ao dia 25 de dezembro, seguindo uma tradição que remonta aos primórdios da Igreja de Roma.

A festa do Natal assumiu uma forma definida no séc. IV, quando tomou o lugar da festa romana do ‘Sol invencível’, no mesmo dia 25 (VIII Kalendas Januarias: no oitavo dia antes do dia 1 de janeiro), uma data com um simbolismo próprio.

Ainda hoje, na liturgia católica, se recita a chamada “calenda”, como anúncio do nascimento de Jesus, que a oração coloca na época da 194ª Olimpíada e no ano 752 da fundação de Roma, entre outras referências históricas.

Esta não é a primeira festa cristã, dado que as primeiras comunidades celebravam a fé na ressurreição, em volta da Páscoa, mas já no século III Hipólito de Roma, no seu comentário ao livro do profeta Daniel, afirmava que Jesus nasceu a 25 de dezembro, dia em que se celebrava a dedicação do Templo de Jerusalém.

Para afastar os fiéis da prática das festas pagãs, a Igreja quis ressaltar que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo e a celebração de seu nascimento é a solenidade própria para afirmar a fé no mistério da Encarnação, contra as grandes heresias cristológicas dos séculos IV e V, solenemente afirmada nos quatro concílios ecuménicos de Niceia, Éfeso, Calcedónia e Constantinopla.

A Missa do Galo, celebrada à meia-noite, assinala a hora em que, segundo a tradição, teria nascido Jesus.

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Agência ECCLESIA

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