Nações Unidas: Santa Sé defende «maior investimento nas famílias», e apoia um «sistema renovado de cooperação multilateral»

Observador permanente citou palavras do Papa que «desafiam as profundas desigualdades que minam a dignidade humana»

Foto: Vatican Media

Nova Iorque, Estados Unidos da América, 24 jul 2025 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas destacou a necessidade de canalizar esforços para superar a pobreza e as desigualdades, esta quarta-feira, no seu discursou no Conselho Económico e Social da ONU, em Nova Iorque.

“Um maior investimento nas famílias como alicerce da sociedade, juntamente com educação e saúde acessíveis e de qualidade, são essenciais para a prosperidade dos indivíduos e das sociedades”, disse o arcebispo Gabriele Caccia, citado pelo portal de notícias ‘Vatican News’.

A delegação da Santa Sé, no Fórum Político de Alto Nível do Conselho Económico e Social da ONU (ECOSOC), apoiou a necessidade de um “sistema renovado de cooperação multilateral, radicado nos princípios fundadores das Nações Unidas para uma mudança transformadora”.

D. Gabriele Caccia afirmou que a Organização das Nações Unidas foi fundada com base nos princípios que “permanecem tão vitais hoje quanto eram há oitenta anos, orientando esforços para enfrentar os desafios globais”, e indicou a proteção dos direitos humanos, a promoção da paz, da segurança, da cooperação internacional e do progresso social e económico.

“O desenvolvimento deve estar ancorado nesses ideais fundamentais, garantindo que cada ação defenda a dignidade da pessoa humana, dada por Deus, e promova a solidariedade entre as nações”, realçou, esta terça-feira, 22 de julho, no debate geral do ECOSOC.

O representante da Santa Sé nas Nações Unidas salientou que, hoje, “milhões de pessoas ainda vivem em extrema pobreza, sofrem de fome, e não têm acesso à educação e à saúde”, dez anos após os compromissos assumidos com a aprovação da Agenda 2030 para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em 2015.

O arcebispo Gabriele Caccia lembrou os compromissos de erradicar a pobreza em todas as formas e dimensões, e garantir que cada criança, mulher, e homem tenha as condições necessárias para viver em verdadeira liberdade e dignidade.

“É imperativo que todos os esforços priorizem o desenvolvimento humano integral, que inclui o bem-estar espiritual, social e material de cada pessoa, não é apenas uma questão de crescimento económico”, explicou.

“Um convite a criar condições para que todos possam prosperar, com especial atenção aos mais necessitados: crianças, idosos, pobres e pessoas em situação de vulnerabilidade”, acrescentou.

Foto: Secretaria de Estado do Vaticano

O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas citou o discurso de Leão XIV ao Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, em 16 de maio, quando o Papa pediu que fossem feitos todos os esforços para “superar as desigualdades globais — entre opulência e pobreza — que estão criando profundas divisões entre continentes, países e até mesmo dentro das sociedades”.

“Deixar os conflitos para trás e embarcar num novo caminho, confiantes de que, trabalhando juntos, cada um de nós […] pode construir um mundo no qual todos possam levar uma existência autenticamente humana, na verdade, na justiça e na paz”, desenvolveu o arcebispo italiano, segundo Leão XIV, no Fórum Político de Alto Nível do Conselho Económico e Social da ONU.

D. Gabriele Caccia afirmou que as palavras do Papa “desafiam as profundas desigualdades que minam a dignidade humana e ameaçam a estabilidade de nossa comunidade global”, informa o portal de notícias do Vaticano.

CB

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