Cardeal Renato Martino preside à celebração do centenário da primeira catedral católica do país
Lisboa, 07 dez 2011 (Ecclesia) – O enviado especial de Bento XVI a Myanmar (antiga Birmânia), cardeal Renato Martino, vai encontrar-se com a líder da oposição Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz, durante a celebração do centenário da primeira catedral católica do país.
Em declarações à agência especializada AsiaNews, o arcebispo Charles Bo, arcebispo de Rangun, confirma a presença da ex-secretária geral da Liga Nacional pela Democracia na missa de quinta-feira, “do princípio ao fim”, apesar de Suu Kyi professar a fé budista.
A localidade que alberga o principal local de culto católico em Myanmar vai receber ainda a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros que, segundo fontes governamentais, irá intervir durante a celebração dos 100 anos da catedral de Santa Maria, recentemente restaurada.
O cardeal Martino, presidente emérito do Conselho Pontifício Justiça e Paz e antigo representante do Vaticano na ONU, foi nomeado pelo Papa como seu “enviado especial” para esta cerimónia, associando-se com “gratidão e solenidade” à comunidade local.
Na carta de nomeação, em latim, Bento XVI destaca que o prelado italiano conhece “profundamente as alegrias dos fiéis desta região e as suas dificuldades”.
A missiva sublinha que é necessário demonstrar de “modo renovado” o amor para com o Evangelho e a Igreja.
A celebração do centenário da catedral, diz o Papa, é “sinal da gratidão dos pastores e dos fiéis a Deus pelos benefícios que, com o passar dos anos, o Senhor concedeu a toda comunidade eclesial”.
D. Renato Martino vai ler uma mensagem papal, durante a celebração do centenário da catedral, e leva as saudações de Bento XVI às “autoridades civis e religiosas budistas, bem como a todos os que têm em particular consideração a missão da Igreja, o conceito de liberdade religiosa e o bem sincero da pessoa humana”.
D. Charles Bo revela que a Igreja Católica convidou representantes de todas as religiões do país, no qual os católicos representam cerca de 1% da população, de maioria budista.
Quanto à presença da líder da oposição, o prelado fala de uma “relação pessoal” e de amizade, de muitos anos, que justificou o convite.
Aung San Suu Kyi, explica, quis “unir-se” aos católicos” para mostrar a sua “solidariedade ao povo” e encorajar “todas as religiões, todas as nacionalidades e todos os grupos étnicos”.
OC